Trump e Obama na Casa Branca: em fevereiro, Flynn deixou o cargo após relatos da imprensa mostrando que ele discutiu sanções norte-americanas à Rússia com o embaixador russo (Kevin Lamarque/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de maio de 2017 às 14h51.
Washington - O então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou Donald Trump contra a contratação de Michael Flynn como conselheiro de segurança nacional, afirmaram três ex-funcionários da administração democrata.
O alerta teria sido feito durante um encontro no salão oval da Casa Branca em novembro, após a eleição, disseram os três ex-funcionários do estafe de Obama, que não quiseram se identificar.
A informação foi revelada horas antes do depoimento da ex-procuradora-geral Sally Yates no Congresso. O encontro focará justamente sobre as possíveis ligações entre Flynn e a Rússia.
A reunião - a primeira aparição pública de Yates em Washington desde sua demissão - deve ajudar a esclarecer detalhes básicos sobre a cadeia de eventos que levaram à saída de Flynn nas primeiras semanas do governo de Trump. A notícia de que Obama alertou diretamente Trump sobre essa questão dá indícios de que as suspeitas sobre o militar chegaram aos escalões mais altos do governo meses antes de sua partida.
Em fevereiro, Flynn deixou o cargo após relatos da imprensa mostrando que ele discutiu sanções norte-americanas à Rússia com o embaixador russo Sergey Kislyak durante o período de transição do governo.
Trump tentou se distanciar de seu ex-conselheiro nesta segunda-feira, afirmando em usa conta de Twitter que foi o governo Obama que isentou Flynn em uma investigação sobre suas atividades quando ele trabalhou no Pentágono. Trump não mencionou que Flynn foi demitido pelo governo Obama em 2014.
Em coletiva de imprensa realizada esta tarde, o porta-voz Sean Spicer admitiu que, na reunião de novembro, "o presidente Obama deixou claro que não era um fã de do general Flynn".
Em um segundo tuíte, Trump afirmou que Yates deveria ser questionada, sob juramento, "se ela sabe como uma informação confidencial foi parar nos jornais".
Trump afirma que não tem contatos na Rússia nem tem conhecimento de qualquer envolvimento por parte de seus auxiliares, ou ainda da interferência de Moscou na eleição. Fonte: Associated Press.