Foto de líderes dos 20 países que formam o G20 no encontro de 2018, em Buenos Aires, Argentina (Marcos Brindicci/Reuters)
AFP
Publicado em 26 de junho de 2019 às 11h31.
Última atualização em 26 de junho de 2019 às 11h34.
A reunião de cúpula do G20 em Osaka, que acontecerá na sexta-feira e no sábado, abordará vários temas importantes, como a guerra comercial China-Estados Unidos, a tensão no Irã, o acordo UE-Mercosul e a situação na Coreia do Norte.
Seguem abaixo alguns dos principais temas:
A reunião entre o presidente americano, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, será um dos grandes momentos do encontro de cúpula de chefes de Estado e de Governo de países desenvolvidos e emergentes.
O último encontro dos dois aconteceu em dezembro do ano passado, na reunião do G20 em Buenos Aires. Desde então, declararam uma trégua na guerra comercial, mas as negociações ficaram tensas até o rompimento em maio.
Segundo analistas, no momento, parece pouco provável um acordo definitivo, mas ambos poderiam decidir pelo fim da escalada de tarifas mútuas e retomar o diálogo.
De modo geral, as divergências comerciais entre Estados Unidos e os sócios serão um tema recorrente nos debates e determinarão o conteúdo do comunicado final.
Xi Jinping acaba de fazer uma visita triunfal à Coreia do Norte. Foi uma maneira de demonstrar a Donald Trump que a China continua sendo um aliado indispensável do regime de Pyongyang, no momento em que as relações entre o presidente americano e o dirigente norte-coreano se encontram estagnadas.
Depois do G20, Trump visitará a Coreia do Sul para abordar a questão do programa nuclear norte-coreano com o presidente Moon Jae-in.
A tensão no Irã também estará na agenda do G20. De um lado, Estados Unidos e Arábia Saudita, grande rival regional de Teerã, favoráveis à linha dura contra o regime iraniano; do outro, os países europeus, a China e a Rússia, que tentarão acalmar a situação.
Shinzo Abe, o primeiro-ministro do Japão, anfitrião da cúpula, deseja ter um papel de mediador. Sua recente visita ao Irã não teve o resultado esperado, porém, sendo marcada pelos ataques a petroleiros no Golfo. Washington atribui esses atos a Teerã.
A tensão aumentou consideravelmente desde então.
Após as sanções americanas, o Irã acusou o governo dos Estados Unidos na terça-feira de "fechar de maneira permanente a via da diplomacia" e anunciou que vai deixar de cumprir mais alguns compromissos do acordo de 2015 sobre o programa nuclear.
O presidente Trump, que na semana passada cancelou ataques militares contra o Irã no último momento, advertiu que qualquer tipo de ataque iraniano será objeto de represálias.
Após anos de negociações, o ambicioso tratado comercial entre os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai) e a União Europeia (UE) pode chegar a um acordo na reunião de Osaka.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tem uma reunião programada para sábado com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, que exerce a presidência temporária do organismo sul-americano.
Entre os pontos que ainda precisam ser solucionados, estão as cotas de exportação de produtos como carne e açúcar e, de modo geral, as dúvidas de países como a França, que temem que o acordo de livre-comércio prejudique seus agricultores.
O texto também enfrenta a divisão entre países europeus, com países reticentes e outros que desejam um acordo o mais rápido possível, como Alemanha e Espanha.
Em Osaka, Donald Trump também se reunirá com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que deseja reduzir a tensão por sua decisão de comprar mísseis da Rússia. Washington deu um ultimato à Turquia, membro da Otan, para que renuncie até o fim de julho ao sistema de defesa antiaérea russo S-400, sob a ameaça de sanções.
Trump também tem uma reunião prevista com o presidente russo, Vladimir Putin, uma relação marcada por suspeitas de interferência de Moscou na campanha presidencial americana de 2016. Seu último encontro aconteceu em Helsinque, em julho de 2018.