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O que se sabe sobre os últimos momentos do acidente de avião na Coreia do Sul

Aeronave da Jeju Air explodiu após se chocar com muro em um pouso de emergência

Aeronave da Jeju Air que explodiu ao pousar  (Yonhap/AFP)

Aeronave da Jeju Air que explodiu ao pousar (Yonhap/AFP)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 13h37.

Última atualização em 2 de janeiro de 2025 às 14h35.

Autoridades sul-coreanas e americanas estão tentando determinar por que um avião da Jeju Air não conseguiu desengatar o trem de pouso, bateu em um muro e pegou fogo no Aeroporto Internacional de Muan, matando 179 das 181 pessoas a bordo.

Confira o que se sabe sobre os últimos minutos do pior desastre aéreo da história da Coreia do Sul.

Choque com pássaros

No domingo, 29 de dezembro de 2024, às 8h45 (23h45 de sábado), o voo 2216 da Jeju Air de Bangcoc foi autorizado para pousar em Muan, sudoeste da Coreia do Sul.

Três minutos depois, a torre de controle alertou o piloto sobre a presença de pássaros.

Dois minutos depois, o piloto fez uma chamada de emergência anunciando "choque com pássaros, choque com pássaros", segundo o Ministério do Transporte.

De acordo com um deputado da oposição, que citou dados da administração aeroportuária da Coreia do Sul, Muan tem a maior taxa de colisões com aves do país. No entanto, os especialistas consideraram estranho que uma colisão com pássaros afetasse o funcionamento de componentes-chave do avião.

"Não é comum que um choque com pássaros cause a falha de ambos os motores do avião, mas parece que foi isso que aconteceu", disse Goo Nam-seo, professor de Ciência Aeroespacial na Universidade Konkuk, em Seul.

Agora, as autoridades investigam se o aeroporto estava cumprindo os regulamentos para evitar colisões com pássaros.

Tentativas de aterrissar

A princípio, o piloto abandonou as tentativas de aterrissar, até que a torre de controle propôs que ele pousasse no sentido contrário e o piloto aceitou.

Às 9h02, o avião tentou pousar pela segunda vez na pista, mas, aparentemente, sem o trem de pouso.

O trem de pouso não funcionou e o piloto teve de pousar sem ele. O avião derrapou na pista e bateu em um muro.

Os bombeiros sul-coreanos e o Ministério dos Transportes sugerem que a possível colisão com pássaros teria danificado o trem de pouso.

Muro de concreto

Às 9h03, o avião colidiu com um muro onde estava localizado um instrumento de orientação denominado localizador.

Em alguns vídeos, o avião aparece colidindo contra essa instalação, localizada a 250 metros da pista.

Ainda assim, há dúvidas sobre o motivo pelo qual esse localizador foi instalado no final da pista, algo que, segundo especialistas, pode representar um perigo caso o avião saia dela.

A imprensa local informou que a instalação poderia violar as leis que exigem que as estruturas nos terrenos do aeroporto sejam feitas de materiais que se quebrem facilmente.

Últimas conversas

Os investigadores recuperaram as duas caixas-pretas do avião.

Segundo o vice-ministro responsável pela Aviação Civil, Joo Jong-wan, foi recuperada a gravação de voz da cabine, com as últimas conversas dos pilotos.

A outra caixa-preta, que contém os dados do voo, foi danificada e enviada aos Estados Unidos para análise.

O que acontece agora?

O governo ordenou uma inspeção de emergência de todas as aeronaves Boeing 737-00 operadas por companhias aéreas coreanas, assim como das pistas dos aeroportos nacionais.

O Ministério do Transporte indicou que a descoberta da causa exata do acidente poderá demorar entre seis meses e três anos.

A investigação é conduzida pelas autoridades de segurança da aviação sul-coreanas, com o apoio da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, que costuma apoiar casos como este no exterior.

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