O presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC, em 30 de janeiro de 2025. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP) (Roberto Schmidt/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 2 de fevereiro de 2025 às 13h21.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo uma taxação extra aos produtos importados de seus três parceiros comerciais mais próximos — México, Canadá e China. As tarifas entram em vigor na terça-feira, 4.
O "tarifaço" prevê sobretaxas de 25% aos produtos canadenses e mexicanos, enquanto as tarifas sobre a China são de 10%. No caso dos produtos do Canadá ligados à energia, a taxa será de 10%. Mas o que são, de fato, estas tarifas? E como elas podem afetar o comércio global? Veja o que você precisa saber:
As tarifas são impostos aplicados sobre produtos fabricados no exterior que são importados para um país. Isso significa que, quando uma empresa nos EUA importa um produto fabricado fora, ela precisa pagar uma taxa ao governo americano.
Acontece que esse custo adicional, historicamente, é repassado aos consumidores e acaba se traduzindo em preços mais altos. Mas defensores da medida, como Donald Trump, argumentam que isso fortalece a economia doméstica porque estimular a compra de produtos fabricados no país.
As empresas locais que importam esses produtos é que pagam as tarifas. Assim, uma companhia americana, a exemplo do Walmart ou Target, pagaria as tarifas à alfândega dos EUA e o recurso seria transferido para o Fundo Geral dos Estados Unidos, onde são depositados os valores arrecadados com impostos.
No fim das contas, porém, são os consumidores que podem acabar arcando com o custo ao pagar mais caro pelos produtos importados. Exceto se algumas empresas optem por absorver parte do custo das tarifas para evitar afastar os clientes e a perda de participação de mercado para os concorrentes.
Economistas divergem sobre o impacto das tarifas, mas muitos argumentam que elas não são benéficas para a atividade econômica. Esses especialistas entendem que, apesar da medida proteger as indústrias no curto prazo, geralmente possuem um "histórico ruim", como afirma o Peterson Institute for International Economics.
Isso porque as tarifas não conseguem estimular eficazmente a manufatura, e por consequência acabam afetando o comércio global. Outro possível efeito é o aumento da inflação, já que os produtos tendem a ficar mais caros por conta da taxação.
Na outra ponta, defensores das tarifas dizem que elas podem ajudar a proteger empregos e a fortalecer as indústrias nacionais. A ideia é que os consumidores optem por produtos fabricados localmente e reduzam as importações, ao passo em que as empresas afetadas podem evitar a tributação caso abram novas fábricas nos EUA, por exemplo.
Fórum Econômico Mundial, em Davos, Trump chegou a sugerir que as empresas que não quisessem ser taxadas "venham e fabriquem seus produtos nos Estados Unidos, onde poderão se beneficiar de alguns dos impostos mais baixos do mundo".
O presidente dos EUA, Donald Trump, apoia as tarifas como meio para atingir diferentes objetivos políticos, incluindo arrecadar mais recursos para financiar o governo. É também uma estratégia econômica para controlar o fluxo de importações e proteger as indústrias nacionais.
Trump e seu novo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, alegam que as tarifas decretadas durante o primeiro governo Trump não impulsionaram a inflação. Mas economistas são mais cautelosos agora. A Capital Economics disse em relatório que, na ocasião de seu primeiro mandato, as tarifas só se aplicavam a algumas importações chinesas "muito pequenas" e, portanto, não tiveram um impacto inflacionário.