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O que é o Rumble, rede social que processa Alexandre de Moraes nos EUA?

Plataforma fundada em 2013 entrou com processo na Flórida por suposta violação da soberania americana. Rede abriga canais de influenciadores que tiveram os perfis bloqueados no Brasil

Agência o Globo
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Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 12h35.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, virou alvo na quarta-feira, 19, de um processo judicial nos Estados Unidos por suposta violação da soberania americana pela plataforma Rumble. A ação é movida pelas empresas Trump Media & Technology Group, comandada pelo presidente americano Donald Trump.

As companhias acusam Moraes de infringir a Primeira Emenda da Constituição americana, que versa sobre liberdade de expressão, ao determinar que o Rumble remova contas de influenciadores de direita brasileiros. A alegação é de que a determinação descumpriria a legislação do país ao censurar discursos políticos que circulam nos EUA.

A rede social foi fundada em 2013 por Chris Pavlovski, e se define como uma plataforma de vídeo "verdadeiramente independente", e para "defender sua voz" em um mundo com "perspectivas diversas". O espaço é usado como área alternativa para vlogueiros e criadores de conteúdo independentes.

Durante a pandemia da Covid-19, o YouTube e outras redes começaram a alertar nos vídeos sobre conteúdos com fake news sobre a doença, ou mesmo remover conteúdos. Neste período, segundo a revista Fortune, o deputado americano Devin Nunes, do Partido Republicano, acusou o YouTube de censura, e passou a divulgar seu perfil no Rumble, levando outros nomes da direita para a rede social. Segundo o jornal The Wall Street Journal, o atual vice-presidente americano J.D. Vance começou a investir na plataforma em 2021.

No Brasil, o Rumble abrigou os canais de influenciadores como do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que teve perfis bloqueados no YouTube por determinações da Justiça brasileira. Em dezembro de 2023, a rede anunciou sua saída do Brasil após as decisões judiciais. No início deste mês, no entanto, a empresa declarou que retomará o funcionamento no país.

Ontem, Moraes determinou que a plataforma de vídeos Rumble indique representantes legais no Brasil e cumpra as ordens judiciais para bloqueio de conteúdos considerados ilegais. O despacho de Moraes foi dado em uma investigação sobre a atuação de Allan dos Santos. De acordo com o Supremo, Allan dos Santos usa a plataforma para disseminar desinformação e ataques contra as instituições democráticas. Segundo Moraes, "não há, portanto, qualquer prova da regularidade da representação da RUMBLE INC. em território brasileiro".

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesEstados Unidos (EUA)

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