Gestão do premiê Berlusconi ficou fragilizada com a crise econômica italiana (Giorgio Cosulich/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2011 às 20h16.
São Paulo - O primeiro-ministro Silvio Berlusconi anunciou sua renúncia neste sábado, depois de ir ao gabinete do presidente da Itália, Giorgio Napolitano. Aos gritos de "máfia, máfia, máfia" uma multidão de italianos comemorou a queda do ex-premiê.
Enquanto saía de sua residência em Roma, o Palácio Grazioli, Berlusconi foi vaiado por dezenas de pessoas. O ex-comissário europeu Mario Monti, de 68 anos, é o favorito na sucessão do cargo de primeiro-ministro da Itália. Silvio Berlusconi deve permanecer na política como deputado de sua legenda de direita, Povo da Liberdade (PdL), com mandato até 2013.
A dívida pública de mais de 120% do Produto Interno Bruto (PIB) fez a popularidade do ex-premiê de 75 anos cair, após perder a maioria absoluta na votação de retificação das contas públicas de 2010. A oposição se absteve e Silvio Berlusconi venceu com apenas 308 votos, bem abaixo dos 316 necessários.
Com uma crise política, Berlusconi anunciou nesta semana que abandonaria o poder e limitou suas aparições públicas. Prometeu que sairia do cargo assim que fossem aprovadas as medidas de austeridade econômica na Itália. Cumpriu sua promessa hoje e também descartou ser candidato em futuras eleições.
Processos
O ex-líder italiano se defende de três acusações na justiça. O mais famoso deles o Rubygate, no qual é acusado de ter pago a uma menor de idade marroquina, conhecida como Ruby, por serviços sexuais. No caso Mills, Berlusconi é suspeito de ter pago 600 mil dólares a seu ex-advogado britânico, David Mills, nos anos 90, para que este realizasse um falso testemunho.
Por último, Berlusconi sofre um processo chamado Mediaset, no qual é acusado de ter aumentado artificialmente os preços dos direitos de divulgação de filmes para receber mais verba no exterior e pagar menos impostos, diminuindo seus lucros na Itália.