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O plano do novo governo para tirar a Grécia de uma crise sem fim

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, líder do partido de centro-direita Nova Democracia, prometeu dobrar o crescimento e diminuir impostos para empresas

Tsipras e Mitsotakis: Grécia voltou a crescer na casa dos 2%, mas para aumentar o crescimento, novo premiê (à dir.) quer renegociar acordos de austeridade com a União Europeia (Costas Baltas/Reuters)

Tsipras e Mitsotakis: Grécia voltou a crescer na casa dos 2%, mas para aumentar o crescimento, novo premiê (à dir.) quer renegociar acordos de austeridade com a União Europeia (Costas Baltas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2019 às 05h52.

Última atualização em 10 de julho de 2019 às 06h20.

Após a vitória na eleição, hora de trabalho para o novo governo da Grécia. O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, líder do partido de centro-direita Nova Democracia, realiza nesta quarta-feira a primeira reunião com seu recém-formado gabinete e dará os primeiros sinais sobre que política econômica pretende implementar para tirar a Grécia do buraco em que se encontra desde a crise de 2008.

Um dos partidos mais tradicionais da Grécia, o Nova Democracia derrotou nas eleições de domingo, 7, o partido de esquerda Syriza, do então primeiro-ministro Alexis Tsipras, que estava no poder desde 2015. O Nova Democracia obteve 40% dos votos contra 31% do adversário.

O mandato de Tsipras terminaria apenas em outubro, mas o premiê convocou eleições antecipadamente depois que seu partido perdeu as eleições do Parlamento europeu, em maio. Tsipras, contudo, subestimou a insatisfação dos gregos, que enfrentam uma taxa de desemprego de 18%.

Com três calotes a credores internacionais nos últimos dez anos e uma dívida de 170% do Produto Interno Bruto (PIB), a Grécia tem dificuldade para atrair investimentos. Além disso, governo após governo foi obrigado a negociar com credores como a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) medidas de austeridade, como cortes em aposentadorias, o que irritou os cidadãos gregos.

Fundado em 2004, o Syriza ganhou relevância como partido de oposição justamente com a queda do partido social-democrata Pasok, que esteve no poder durante a crise (e perdeu tanta popularidade que oficialmente acabou no ano passado). Contudo, na gestão do Syriza, embora o PIB grego tenha voltado a crescer lentamente desde 2017 (a estimativa do FMI é de alta de 2,4% neste ano e de 2,2% em 2020), a recessão da última década, que fez o PIB chegar a cair quase 10% em 2011, colocou a Grécia em um buraco difícil de sair.

Em negociações com a União Europeia, a Grécia se comprometeu a atingir um superávit de 3,5% até 2022, o que limita os gastos do governo. Apesar de sua linha conservadora e liberal, o novo premiê afirmou à rede americana CNBC que a Grécia “foi longe demais” com as políticas de austeridade. Deve adotar uma estratégia similar à portuguesa, que após anos de austeridade conseguiu sair do buraco voltando a investir para atrair investidores.

Mitstotakis prometeu dobrar o crescimento grego nos próximos anos e diminuir os impostos para empresas em 20%. Com a maioria no Parlamento obtida agora (158 das 300 cadeiras), o premiê afirma ter condições de fazê-lo.

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