Felicidade: as últimas décadas testemunharam, sim, os maiores progressos da história (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 15h12.
Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 18h37.
É lugar-comum afirmar que nunca, jamais, o mundo esteve PIOR do que hoje. Aristóteles já reclamava disso. Natural: o cérebro é nostálgico por natureza.
Da mesma forma que a grama do vizinho é sempre mais verde, o passado tende a parecer melhor do que o presente. Isso acontece porque o nosso cérebro, ensina a neurociência, é auto-limpante: ele descarta boa parte das memórias ruins.
Sim, existem os traumas, mas o balanço geral é de uma massa cinzenta com mais memórias boas do que ruins, mesmo que a sua vida não tenha sido lá um mar de alegria.
Quando se aplica essa lógica interna ao mundo externo, o mundo real, o resultado é uma visão eternamente pessimista, na qual o mundo de hoje sempre parece pior que o de ontem, e o de ontem pior que o de anteontem, o que talvez tenha ajudado a criar um dos mitos mais recorrentes da sociologia (já superado) – o de que a vida em estado selvagem era de uma perfeição platônica.
Não. Não era – a não ser que você considere expectativa de vida na casa dos 40 anos, mortalidade infantil rampante e canibalismo ocasional como ideais platônicos.
Filosofia à parte, o fato é que as últimas décadas testemunharam, sim, os maiores progressos da história: nunca estudamos tanto, nunca tanta gente saiu da pobreza, a comida é mais barata hoje do que em qualquer época da história da humanidade. E da pré-história também.
Sim, não havia dinheiro na pré-história, mas, como tempo de fato é dinheiro, e gastávamos quase todo o nosso tempo em busca de comida, podemos inferir a alimentação era terrivelmente cara. O mundo, no fim das contas, está até bão, Sebastião.
Veja agora cinco gráficos que deixam isso claro. E entenda.
Fonte: Our World in Data, Max Rose
Fonte: UN Interagency Group for Child Mortality
Fonte: International Labor Organization
Fonte: Our World in Data, Max Roser
Esse texto foi originalmente publicado na Superinteressante