Queima de fogos no Rio de Janeiro | Foto: Ze Martinusso/ Getty Images (Ze Martinusso/Getty Images)
AFP
Publicado em 1 de janeiro de 2020 às 09h30.
Última atualização em 1 de janeiro de 2020 às 10h08.
O mundo entrou em 2020 com uma explosão de alegria e fogos de artifício gradualmente ao longo dos continentes, da Nova Zelândia à Austrália, passando pelos Campos Elísdeos em Paris até a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Em Nova York, uma multidão compactada encheu a New York Times Square para ouvir vários artistas antes da chegada de 2020. "Não estou particularmente otimista com o futuro", disse Natalie Reinhardt, 29 anos, que também veio a Times Square para se juntar à festa.
No Rio de Janeiro, uma enorme multidão formada por cariocas e turistas de todas as partes do país e do mundo recebeu 2020 com a tradicional festa de queima de fotos na praia de Copacabana.
Em Paris, dezenas de milhares de pessoas se reuniram em clima de festa na avenida dos Campos Elíseos, cenário em 2019 de confrontos entre a polícia e os "coletes amarelos" que protestavam contra a política social do governo.
Em Londres, depois de ter permanecido em silêncio devido a obras de restauração, o sino do Big Ben tocou à meia-noite. E houve fogos de artifício nas margens do Tâmisa.
Além disso, os londrinos se despediramno ano antes da concretização do Brexit.
Em Moscou, o presidente Vladimir Putin pediu em sua mensagem de parabéns "unidade" para continuar o "desenvolvimento" do país, no vigésimo aniversário de sua chegada ao poder em 1999.
A Rússia comemorou o ano novo nos diferentes fusos horários do território.
Os moscovitas se reuniram ao redor do Kremlin para apreciar os fogos de artifício.
Bem cedo, depois de a Nova Zelândia inaugurar as celebrações de Ano Novo, os autralianos puderam mais uma vez ver em Sydney seu espetacular show de fogos de artifício, apesar da fumaça dos incêndios que assolam o país.
A maior cidade australiana fez como sempre uma exibição deslumbrante de pirotecnia sobre a baía do porto, no entanto, as celebrações deste ano foram ofuscadas pelos muitos pedidos para que se cancelasse a queima de fogos de artifício.
No entanto, não houve shows de pirotecnia na capital australiana, Canberra, ou nos subúrbios ocidentais de Sydney devido ao mau tempo.
Aqueles que não queriam fogos de artifício pediram que o dinheiro que o show custaria fosse usado para combater os incêndios, mas as autoridades alegaram que o evento custou cerca de 91 milhões de dólares à cidade e que o cancelamento do evento não ajudaria em nada as cidades afetadas pelo fogo.
Um milhão de pessoas assistiram ao espetáculo de 12 minutos, feito com mais de 100.000 fogos.
Após mais de seis meses de protestos quase diários, Hong Kong fechou 2019 com várias manifestações pró-democracia, nas quais a Polícia acabou usando bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água para dispersar os manifestantes. Uma marcha maciça está prevista para o primeiro dia do ano.
Antes da meia-noite desta terça, milhares de manifestantes de concentraram em todo o centro financeiro, inclusive no Victoria Harbour, região portuária, e na área de Kan Kwai Fong.
No porto, os manifestantes entoaram a contagem regressiva; "Dez, nove, libertem Hong Kong, revolução agora!", enquanto acendiam as lanternas de seus celulares.
Horas antes, os manifestantes formaram correntes humanas nas concorridas ruas do centro e também em bairros residenciais à espera da chegada de 2020. Os presentes repetiram "Glória a Hong Kong" e incentivaram a continuidade da luta pela democracia no ano novo.
A tradicional queima de fogos de artifício foi cancelada por razões de segurança.
Na Coreia do Norte, uma grande multidão assistiu a um show em Pyongyang para se despedir de 2019. À meia-noite, fogos de artifício iluminaram o céu sobre o palco iluminado por luzes neon.
Do outro lado da fronteira, os sul-coreanos marcaram o começo de 2020 com uma cerimônia tradicional de sinos.
Milhares de pessoas acompanharam o ritual no centro de Seul, seguido de apresentações de astros do pop coreano.
Enquanto as pessoas aguardavam a meia-noite, cidades de Ásia, Europa, África e América serão tomadas de celebrações, embora em muitos casos ocorram em um contexto agitado e de protestos políticos.
Ainda não se sabe se 2020 será tão agitado quanto 2019, marcado por uma onda de protestos em todo o planeta para exigir mudanças políticas e mais medidas contra o aquecimento global.
Os protestos contra o governo abalaram vários países da América Latina, norte da África e Oriente Médio em 2019, com manifestações em massa na Bolívia, Chile, Equador, Líbano, Argélia e Sudão.
Os protestos de Hong Kong, que começaram como resultado de um projeto de lei - já retirado - para permitir extradições para a China, tornaram-se uma revolta popular contra o controle de Pequim.
Esta é a maior crise que a ex-colônia britânica passou desde a sua devolução para a China pelo Reino Unido em 1997 e não parece que arrefecerá em 2020, pois os manifestantes já previram vários protestos no novo ano contra um Executivo que parece impassível.
Além disso, marchas em massa foram realizadas em todo o mundo para pedir mais ações contra as mudanças climáticas, iniciadas pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, enquanto as temperaturas bateram recordes, a Islândia perdeu sua primeira geleira devido ao aquecimento global e Veneza registrou suas piores inundações em décadas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também ganhou as manchetes em 2019, um ano que encerrou com um processo histórico de julgamento político contra ele na Câmara dos Representantes, dominado pelos democratas, que o acusam de abuso de poder e obstrução do Congresso.
No entanto, o Senado, com maioria republicana, deve absolvê-lo durante seu julgamento, que provavelmente ocorrerá em janeiro.