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O futuro que as mulheres querem na Rio+20

“Os países com os melhores desempenhos econômicos são os que apresentam os melhores indíces de igualdade de oportunidades para homens e mulheres”, afirmou Gro Brundtlan

A ex-presidente do Chile leu um documento em que afirma que o mundo está seguindo um caminho de disparidade econômica e social (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

A ex-presidente do Chile leu um documento em que afirma que o mundo está seguindo um caminho de disparidade econômica e social (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2012 às 15h21.

Rio de Janeiro - Oportunidades iguais. Acesso à terra, ao capital, ao crédito e ao mercado. Esses são os pontos essenciais que as mulheres e líderes mundiais querem ver inclusos no texto final do documento a ser assinado pelos Chefes de Estado essa semana na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que está sendo realizada no Rio de Janeiro.

Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atual subsecretária geral e diretora executiva da ONU Mulheres e Gro Harlem Brundtland, ex-Primeira-Ministra da Noruega e enviada especial do secretário-geral da ONU para Mudanças Climáticas participaram de uma entrevista coletiva essa manhã no Riocentro e falaram sobre o tema. “Os países com os melhores desempenhos econômicos são aqueles que também apresentam os melhores indíces de igualdade de oportunidades para homens e mulheres”, afirmou Gro Brundtlan. “E isso é pouco divulgado”.

A ex-presidente do Chile leu um documento em que afirma que o mundo está seguindo um caminho de disparidade econômica e social. Um mundo balanceado depende do equilíbrio entre os sexos. Infelizmente, essa não é a realidade atual. Uma mulher morre a cada minuto no mundo devido a complicações na gravidez ou durante o parto. As mulheres continuam a não ter as mesmas oportunidades e direitos em muitos países. “Isso não é sustentável”, disse Michelle Bachelet. “Nossa apelo é pela priorização da mulher”.

Para Gro Brundtland, a mulher tem um papel crucial no desenvolvimento sustentável, além de ter um impacto importantíssimo na economia. “Oempoderamento das mulheres é um pré-requisito para mudanças”. A ex-Primeira Ministra da Noruega citou o próprio país como exemplo dainclusão feminina. Na Noruega, 75% das mulheres trabalham, enquanto na América Latina esse número é de 53% e no Japão apenas 30%. Nas companhias japonesas, apenas 9% dos cargos de gerência são ocupados por mulheres.


Durante a Rio+20 serão realizados dois encontros focados no tema “Mulher”. Serão discutidos a necessidade de políticas e acordos para acabar com a discriminação, assegurar o papel central das mulheres no desenvolvimento sustentável e garantir a elas acesso a postos de liderança, à economia e nos países pobres, aos serviços básicos. Sem isso, segundo a ONU, não poderá haver desenvolvimento sustentável.

Michelle Bachelet lembrou ainda da necessidade do setor privado ser incluído nessas discussões. Ela anunciou que nos próximos dias grandes empresas internacionais vão assinar um documento comprometendo-se com o empoderamento das mulheres.

Questionadas se o tema “Mulher” está recebendo a devida importância no texto da Rio+20, que ainda está sendo redigido, as líderes concordam que sim. Há parágrafos específicos falando do papel vital da figura feminina na economia sustentável. “O documento representa um avanço e esperamos que ele se mantenha assim até o final”, declarou a diretora da ONU Mulheres.

O encontro “O Futuro Que As Mulheres Querem: Cúpula de Líderes sobre a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres para o Desenvolvimento Sustentável” acontece amanhã, 19 de junho, a partir das 9h30 e “Chamado à Ação”, realizado por Mulheres Chefes de Estado e de Governo, na quarta, 21 de junho, às 11h. Ambas discussões serão realizadas no Riocentro.

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