JANET YELLEN, PRESIDENTE DO FED: discurso na quinta deve dar indicação sobre provável aumento dos juros / Alex Wong/Getty Images
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2016 às 21h27.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h36.
Nesta quarta-feira, quando o banco central americano, o Fed, divulgar a decisão sobre a taxa de juros do país, o discurso vai importar mais do que o fato. Entre os especialistas já não resta dúvida: a decisão será por manter os juros no atual patamar, entre 0,25% e 0,50%. Já o discurso da presidente do banco, Janet Yellen, pode lançar luz no tortuoso e incerto caminho da política monetária do banco até o fim do ano. É uma decisão que mexe nos mercados mundo afora.
Em dezembro do ano passado, o banco elevou a taxa do país pela primeira vez em quase uma década e afirmou que a expectativa era de um aumento gradual dos juros em 2016 para que a taxa terminasse o ano em 1,4%. Mas a reunião desta semana marca a quinta do ano – serão oito até dezembro – e até agora nada mudou. No meio do caminho havia uma enxurrada de más notícias na economia global, entre elas o Brexit, a saída britânica da União Europeia.
Os recentes números da economia americana, entretanto, têm mostrado que o país está crescendo a níveis saudáveis, com empregos e compras de casas avançando. Os bons resultados acenderam novamente um alerta sobre os juros. A probabilidade de um aumento de juros em dezembro, que estava na casa dos 8%, chegou a 37,8% nesta terça-feira, segundo a estimativa FED-fund futures.
Por enquanto, o fortalecimento da economia americana tem impulsionado até mesmo o bom desempenho da bolsa brasileira – o Ibovespa tem alta de 10,2% em julho. O problema é que, se as coisas continuarem melhorando por lá, e o país decidir aumentar seus juros, o Brasil deve sofrer na pele. A dinâmica é conhecida. A alta provocaria uma migração de investidores para os Estados Unidos, abandonando regiões onde o retorno é mais arriscado, como o Brasil. É torcer para a economia americana crescer, mas não tanto.