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O desafio chinês de conciliar proteção ambiental e crescimento econômico

Embora tenha obtido progressos notáveis ​​no enfrentamento desses desafios, ainda há muitos obstáculos a serem superados

Poluição em Xangai: questão impacta economia e saúde. (Barcroft Media / Colaborador/Getty Images)

Poluição em Xangai: questão impacta economia e saúde. (Barcroft Media / Colaborador/Getty Images)

China2Brazil
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Agência

Publicado em 27 de junho de 2023 às 17h25.

Nas últimas décadas, a China vivenciou um notável crescimento econômico, o que a transformou em uma potência industrial e tecnológica. No entanto, esse progresso teve consequências negativas, uma vez que a China ocupa o primeiro lugar entre os países mais poluentes do mundo.

Sendo o país mais populoso, com uma população superior a 1,4 bilhão de pessoas, e uma das maiores economias, é natural que a China enfrente desafios significativos em relação ao combustível, esgotamento de recursos naturais e mudanças climáticas. Embora tenha obtido progressos notáveis ​​no enfrentamento desses desafios, ainda há muitos obstáculos a serem superados.

No ano de 2013, o nível de poluição do ar no país atingiu proporções alarmantes, registrando uma média de 52,1 microgramas por metro cúbico de poluentes, dez vezes superior ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Para lidar com o problema, o governo chinês implementou o Plano de Ação Nacional da Qualidade do Ar, no qual resultou em uma notável diminuição na quantidade de partículas prejudiciais presentes no ar ao longo do período entre 2013 e 2020. A iniciativa promoveu a maior redução de combustão ambiental em um país em um período tão curto de tempo.

O governo chinês também estabeleceu metas específicas para reduzir o consumo de combustível em 35% nos quatro anos seguintes. Uma das principais estratégias adotadas foi a restrição ao uso do mineral que impulsionou o rápido processo de industrialização da China desde o final do século XX. Esse foi um dos maiores desafios para a China, já que o carvão tornou-se a principal fonte de energia do país.

O governo também proibiu a construção de novas usinas de carvão em áreas altamente poluídas, além de exigir que as usinas já existentes reduzissem suas emissões ou migrassem para o uso de gás natural, resultando também no fechamento de diversas minas de carvão. Essas medidas levaram a uma redução significativa da dependência do carvão como fonte de eletricidade, passando de 67% em 2013 para 56% em 2020.

Para compensar a descarbonização, o governo chinês aumentou significativamente a geração de energia a partir de fontes renováveis. Em 2017, as chamadas “novas energias”, representavam um quarto da geração total de eletricidade do país, ultrapassando até mesmo os Estados Unidos nesse aspecto. Além disso, foram adotadas medidas como a redução da capacidade de produção de ferro e aço, a implementação de cotas alcançadas para circulação de veículos e limitação do número de novas placas de veículos adquiridos.

Ainda que o número de veículos em circulação tenha aumentado em 2020, as emissões foram reduzidas, graças às medidas mais rigorosas do governo. No final de 2017, foram suspensas a produção de 553 modelos de veículos nacionais e estrangeiros que apresentavam altos níveis poluentes. Dessa forma, mesmo com o aumento da quantidade de automóveis em atividade, as emissões foram consideravelmente reduzidas.

China assume compromisso de reduzir consumo

A COP 21 em 2015 marcou a celebração do Acordo de Paris, um tratado internacional destinado a combater as mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas. O acordo foi assinado por 195 países e tem como objetivo principal a redução das emissões de gases de efeito estufa, considerados os principais responsáveis pelo aquecimento global. O Acordo de Paris entrou em vigor em 2016, após extensas negociações entre as nações.

A meta central é garantir que o aumento da temperatura global seja mantido bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, e buscar esforços para limitar o aumento a 1,5°C.

Foi durante a COP (Conferência das Partes) que a China assumiu o compromisso de reduzir sua poluição, o que resultou nas medidas que estamos presenciando e discutimos anteriormente. Com mais de um quarto das emissões de gases estufa, os compromissos da China têm uma importância maior do que os de qualquer outro país. No entanto, mesmo com as promessas de melhoria, há o risco de que as ações em andamento ainda não sejam suficientes. De acordo com o presidente da CAPES, é necessário que os países intensifiquem suas ações.

Brasil entra na lista dos países mais poluentes do mundo

Uma pesquisa feita pelo think tank internacional Carbon Brief sobre o histórico acumulado de emissões de dióxido de carbono revelou que o Brasil está entre os países que mais contribuíram para a poluição global. O estudo considerou dados detalhados de emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis, mudanças no uso do solo, produção de cimento e desmatamento no período de 1850 a 2021.

Diferente dos estudos anteriores, que se concentravam apenas nas emissões resultantes da queima de combustíveis e não levavam em conta o combustível causado pela destruição florestal, essa pesquisa incluiu todas essas variáveis ​​no cálculo. Como resultado, o Brasil foi posicionado em quarto lugar no ranking de emissões desde 1850.

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