GRÉCIA: Refugiados sírios se reúnem em volta de fogueira na ilha de Lesbos, após travessia em bote inflável saindo da Turquia / Alexander Koerner/Getty Images
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2017 às 08h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h44.
O Dia Mundial do Refugiado ocupa o dia 20 de junho no calendário; e mais do que ser celebrada, a data não deve ser esquecida. De acordo com a ONU, havia, no final de 2016, 65,6 milhões de pessoas vítimas de deslocamento forçado no mundo – que fugiram de guerras, violência, perseguição ou outros conflitos – e, dentre elas, 22,5 milhões são refugiados (e 51% são crianças ou adolescentes), 40,3 milhões se moveram dentro do mesmo país e 2,8 milhões ainda estão em busca de refúgio.
O número de pessoas deslocadas é recorde e, ao longo de 2016, foram mais de 10 milhões de migrações forçadas – o equivalente a 20 novas pessoas nessa condição por minuto. No Brasil, o número de solicitantes de refúgio saltou drasticamente no ano passado, atualmente, há 68.000 pessoas no país que necessitam de proteção internacional – sendo que apenas 9.600 têm o status de refúgio, 34.600 aguardam na fila da solicitação e outras 22.000 apenas foram identificadas como indivíduos que precisam de ajuda. Isso significa que a demanda no país é 52,7% maior do que em 2015.
O principal motivo dos deslocamentos para o Brasil são a crise econômica e política na Venezuela, que têm chegado ao país pelo estado de Roraima. No mundo, os que já possuem o status de refugiados são principalmente da Síria (5,5 milhões de pessoas), do Afeganistão (2,5 milhões) e do Sudão do Sul (1,4 milhão), de acordo com a ONU. O país que mais acolheu essas pessoas, pelo terceiro ano consecutivo, foi a Turquia, que tem 2,9 milhões de refugiados registrados em seu país.
Nas negociações do acordo de paz na Síria, há três países encabeçando as discussões: Rússia, Irã e Turquia. Porém, desde março não há encontros formais para discutir a questão. Estava prevista uma reunião oficial para 12 de junho, mas o encontro foi adiado para o próximo dia 10 de julho. O processo tem sido complicado, uma vez que os Estados Unidos se recusam a sentar à mesa – em abril, o governo americano bombardeou um galpão de armas do governo sírio e, nessa segunda-feira, derrubou um avião oficial. Americanos e russos estão em lados opostos na guerra, e o tormento que já dura seis anos parece longe de terminar. As pessoas vão continuar precisando deixar suas casas – na Síria e em outros países em situação de conflito pelo mundo.