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Nuvens "cinzas" pairam sobre Apple, Microsoft e Amazon

Relatório do Greenpeace lista as empresas de TI que mais usam energia suja para armazenar dados e arquivos dos internautas no ambiente virtual

Greenpeace: Se a nuvem fosse um país, ela seria o 5° maior consumidor de eletricidade (Justin Sullivan / Getty Images)

Greenpeace: Se a nuvem fosse um país, ela seria o 5° maior consumidor de eletricidade (Justin Sullivan / Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 19 de abril de 2012 às 07h36.

São Paulo - Pense na quantidade de fotos, vídeos e outros arquivos digitais que você baixa, envia e sobe diariamente na internet. É algo de perder a conta, provavelmente. Agora, você já se perguntou de onde vem a energia que alimenta esses ambientes virtuais que acumulam seus dados e os de milhares de pessoas de todos os cantos do mundo?

Pesquisa divulgada esta semana pelo Greenpeace mostra que, muitas vezes, os servidores em nuvem mantidos por gigantes do TI são supridos por fontes sujas ou não renováveis. É o caso da Apple, Microsoft e Amazon, aponta o levantamento. O relatório intitulado “How clean is your cloud?” (no português, “O quão limpa é a sua nuvem?”) indica que mais da metade da energia que alimenta a nuvem da Apple tem origem em fontes sujas, principalmente o carvão, grande emissor de gases efeitos estufa, os vilões do aquecimento global.

Indignada, a maçã reagiu às alegações do Greenpeace, afirmando que o seu datacenter na Carolina do Norte, o maior da empresa, está passando por reformas para em breve funcionar 60% movido por fontes renováveis, que incluem uma fazenda solar e uma instalação de células de combustível, segundo o porta-voz da Apple, Kristin Huguet.

O desempenho da Amazon e da Microsoft também deixou a desejar na avaliação da ONG ambientalista, já que menos de 15% da energia usada pelas duas empresas tem origem renovável e limpa. De acordo com o estudo, quase um terço da demanda da multinacional de comércio eletrônico é suprida pela energia nuclear.

Facebook, Google e Yahoo

À medida que mais gente se conecta à nuvem, a demanda por energia se intensifica. Os dados impressionam: segundo o relatório alguns datacenters usam a mesma energia necessária para abastecer 250 mil residências europeias. E mais, se a nuvem fosse considerada um país, ela seria o quinto maior consumidor de eletricidade no mundo. A expectativa é de que essa demanda triplique até 2020.

Para o Greenpeace, algumas gigantes do TI dão bom exemplo ao priorizar medidas para alimentar seus servidores com energia limpa, melhorando assim a perspectiva de um futuro mais verde para o setor. Hoje, a energia limpa e renovável responde por 56% da demanda do Yahoo e 39,4% do Google.

Enquanto o Facebook, criticado ano passado por não parecer demonstrar interesse nas fontes de energia verde, vem realizando esforços reais e transparentes para ter servidores mais amigos do meio ambiente, diz a ONG. A empresa de Mark Zuckerberg usa 36% de energia limpa e está construindo um novo centro de dados na Suécia totalmente alimentado por fontes renováveis.

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