Autoindústria na Alemanha: economistas esperam crescimento entre 2,5% e 2,8% em 2011 (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 11h39.
Berlim - Os números de crescimento do último trimestre de 2010, publicados nesta terça-feira, confirmaram a forte recuperação da economia alemã, e a maioria das previsões dos analistas são otimistas para 2011.
Apesar de no final do ano ter ocorrido o arrefecimento do crescimento - o último trimestre, com alta de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), foi o mais frágil de 2010 -, a tendência geral é positiva.
"A locomotiva alemã se movimenta outra vez a toda velocidade", declarou o ministro de Economia, Rainer Brüderle, ao comentar os novos números de crescimento divulgados pelo Escritório Federal de Estatísticas.
"Após a crise econômica mundial, a Alemanha joga outra vez na Liga dos Campeões das economias. O crescimento está mais sólido e estável, e os números de emprego são as melhores desde a reunificação", acrescentou o liberal Brüderle.
Em cada um dos quatro trimestres do ano - segundo constatou nesta terça-feira o Escritório Federal de Estatística (Destatis) - o resultado foi claramente melhor que o de 2009.
No primeiro trimestre de 2010 houve crescimento de 0,6%, no segundo de 2,2% e no terceiro de 0,7%.
Para todo o ano de 2010, Destatis confirmou o número de 3,6% que já havia estimado por vários institutos de estudos econômicos.
No primeiro trimestre deste ano, os analistas de Destatis esperam que o crescimento recupere sua dinâmica, principalmente graças ao bom clima de consumo.
A maioria dos analistas espera que neste ano a economia alemã siga o caminho do crescimento e que no final o PIB tenha aumento entre 2,5% e 2,8%.
Assim, por exemplo, Jörg Luschow, do departamento de análise conjuntural do banco WestLB, disse em declarações publicadas nesta terça-feira no site do periódico econômico "Handelsblatt", que espera uma clara recuperação neste trimestre com relação ao anterior e crescimento de 2,8% para 2011.
Luschow considera que o arrefecimento do último trimestre de 2010 foi consequência antes de tudo do forte inverno, que freou o setor da construção.
"Acreditamos que no primeiro trimestre de 2011 a conjuntura vai recuperar impulso. Esperamos crescimento de 2,8%, que continua sendo alto para a Alemanha", disse o economista.
O otimismo da maioria dos analistas pode levar, segundo o "Handelsblatt" a que a previsão de crescimento do Governo alemão, que é o de 2,3%, que será em breve corrigido para cima.
"Esperamos 2,3% mas pode ser mais", disse o ministro Brüderle, que não há muitos esforços para esconder que as previsões de seu próprio escritório parecem demais reservadas.
A Confederação de Câmaras de Indústria e Comércio Alemãs (DIHK) é inclusive mais otimista que a maioria dos analistas e previu crescimento de 3%.
Em geral, a maioria dos analistas espera, depois o forte da recuperação em 2010, um paulatino arrefecimento do crescimento, o que implicaria para 2011 crescimento superior a 2%, mas inferior a 3%, e em 2012 crescimento abaixo de 2%.
Em 2009, a economia alemã tinha tido queda de 4,7%, em boa parte como consequência da crise econômica e financeira internacional.
Em seu comentário sobre os números de Destatis, Brüderle ressaltou que a Alemanha saiu fortalecida da crise e que agora é preciso olhar para frente pensando em potenciar o crescimento, principalmente com fomento das novas tecnologias.