Equipes de resgate trabalham nos escombros do prédio em Bangladesh (Munir Uz Zaman/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2013 às 11h15.
Nova Délhi - O número de mortos na maior tragédia da indústria têxtil de Bangladesh chegou nesta quarta-feira a 803, e familiares das vítimas ainda lutam para identificar os corpos, muitos já em estado avançado de decomposição.
Segundo o exército de Bangladesh, nas últimas horas as equipes de resgate recuperaram 51 corpos entre os destroços do edifício Rana Plaza, perto de Daca, que desmoronou no dia 24 de abril.
Até agora, de acordo com informação oficial publicada pelo jornal local "Bdnews24", 580 corpos foram entregues a suas famílias, mas os outros ainda precisam ser identificados e um número indeterminado ainda está sob os escombros.
O presidente do Crescente Vermelho local, M.S. Akbar, relatou à Agência Efe que o trabalho de algumas organizações humanitárias na catástrofe se concentra agora no apoio aos sobreviventes e em ajudar as pessoas que "choram para encontrar os corpos de seus familiares".
De acordo com Akbar, o estado de decomposição de alguns dos corpos retirados dos escombros é tão avançado que optaram pela identificação dos cadáveres através de provas de DNA e 64 deles precisaram ser enterrados sem ter sido devolvidos a seus familiares.
"Minhas preces são voltadas ao Todo-Poderoso para que me ajude a encontrar minha filha, assim sua mãe poderá vê-la e lhe desejar descanso eterno", declarou Shamsul Alam ao jornal bengalês "The Daily Star", que acrescentou: "Por quanto tempo Alá provará minha fé?".
Shamsul buscava a filha Moushumi no colégio Adhar Chandra da cidade de Savar, para onde as equipes de resgate estão levando os corpos que estão encontrando entre as ruínas do edifício de nove andares que desabou e que abrigava cinco fábricas de tecidos.
A catástrofe comoveu Bangladesh e evidenciou as más condições trabalhistas e de segurança que os trabalhadores do setor têxtil têm no país asiático que fornece para multinacionais ocidentais.
As marcas internacionais de vestuário Primark, El Corte Inglés, Bon Marché, Joe Fresh e Benetton confirmaram que alguma das empresas locais envolvidas no acidente são suas fornecedoras.