Atentado: o governo anunciou que seriam reforçadas as medidas de segurança, após ter sofrido críticas e questionamentos (Thaier Al-Sudani / Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2016 às 12h01.
O número de mortos no atentado de domingo do grupo Estado Islâmico (EI) em um movimentado bairro de Bagdá já chega a 250, segundo o mais recente balanço, divulgado nesta quarta-feira.
A ministra iraquiana da Saúde, Adila Hamud, proporcionou esta cifra, apesar de um oficial da polícia e outro do ministério do Interior afirmarem que o balanço pode ser maior.
Hamud disse à AFP que serão necessárias análises para determinar a identidade de 150 corpos queimados na explosão e que esse processo levará de 15 a 45 dias.
O atentado ocorreu em uma rua comercial do bairro de Karrada da capital iraquiana, onde muitas pessoas costumam fazer suas compras antes da festa do fim do Ramadã.
O governo anunciou que seriam reforçadas as medidas de segurança, após ter sofrido críticas e questionamentos.
A explosão também provocou danos importantes. Vários imóveis e lojas foram arrasados pelas chamas, em incêndios que continuavam ativos doze horas após o atentado.
O EI reivindicou o ataque, afirmando que um de seus combatentes detonou um carro-bomba perto de uma reunião de muçulmanos xiitas, segundo o centro de acompanhamento de grupos terroristas SITE.
O ataque foi registrado uma semana após o EI ter perdido a cidade de Fallujah para as tropas governamentais iraquianas, apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
O atentado demonstra que, apesar das derrotas sofridas no Iraque e na Síria, o EI mantém sua capacidade operacional e é capaz de atacar longe de suas bases.
A única cidade principal que ainda está sob seu controle é Mossul (norte), segunda em importância no país. As tropas iraquianas lançaram várias ofensivas para recuperá-la.
O último ataque de grande porte do EI em Bagdá ocorreu em 17 de maio. Foi um duplo atentado que deixou 50 mortos e mais de 100 feridos.
O ocorrido no domingo volta a colocar em evidência o governo iraquiano e sua capacidade para detectar e conter o grupo extremista. Muitos questionam a eficácia dos detectores de explosivos e dos controles para entrar na capital, considerando que não são suficientes.