Ao menos 90 pessoas foram presas e cinco tiveram que ser hospitalizadas durante os protestos que ocorreram na Grécia nesta quarta-feira, 6. As manifestações, que exigem justiça pelo acidente de trem de 2023, terminaram em confrontos violentos com a polícia.

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Cerca de 13 mil pessoas se reuniram em Atenas, segundo a polícia, para cobrar responsabilidades do governo do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis pela tragédia que deixou 57 mortos. Os manifestantes acusam as autoridades de encobrir falhas de segurança que poderiam ter evitado o acidente.

O protesto começou pacífico, mas se tornou violento quando um grupo incendiou contêineres de lixo e atirou coquetéis molotov, pedras e sinalizadores contra a polícia. Em resposta, os agentes usaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral para dispersar a multidão.

Vídeo mostra repressão policial

Após os primeiros confrontos, um grupo de manifestantes pacíficos retornou ao Parlamento com as mãos levantadas em sinal de paz. No entanto, a polícia lançou gás lacrimogêneo contra os manifestantes sem provocação aparente, segundo imagens divulgadas pelo site News247.

"Joguem gás lacrimogêneo para que eles vão embora", disse um policial em um vídeo reproduzido pelo jornal Efsyn.

Em Atenas, 31 manifestantes foram presos, incluindo três menores. Entre os cinco feridos hospitalizados, três eram policiais, atendidos por queimaduras ou problemas respiratórios causados pelo gás lacrimogêneo.

Prisões também em Tessalônica

Na cidade de Tessalônica, a segunda maior da Grécia, milhares de pessoas também protestaram contra o governo. A polícia prendeu 59 manifestantes, que foram libertados nesta quinta-feira (7), segundo o site Thestival.

Enquanto isso, o Parlamento grego segue em debate sobre a moção de censura apresentada pela oposição contra o governo. Os críticos acusam Mitsotakis de tentar proteger ministros e ex-ministros responsáveis pela segurança ferroviária.

Tragédia ferroviária completa um ano

O acidente ferroviário ocorreu em 28 de fevereiro de 2023, quando um trem de carga colidiu de frente com um trem de passageiros perto da cidade de Tempe. O trecho não possuía sistemas automatizados de segurança.

Desde então, manifestantes e a oposição denunciam que o governo encobriu falhas e protegeu responsáveis pela tragédia. O caso se tornou um dos maiores escândalos políticos do país nos últimos anos.