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Novos conflitos emergem em uma Hong Kong cada vez mais dividida

Analistas dizem que movimento só terminará quando autoridades aceitarem exigências essenciais, como anistia das quase 1,4 mil presos e o voto universal

Hong Kong: vídeos publicados nas redes sociais mostram o grupo de homens atacando jovens com socos e chutes, enquanto manifestantes fogem com medo (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

Hong Kong: vídeos publicados nas redes sociais mostram o grupo de homens atacando jovens com socos e chutes, enquanto manifestantes fogem com medo (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de setembro de 2019 às 15h08.

Hong Kong foi cenário neste sábado de conflitos em um centro comercial entre manifestantes pró-democracia e partidários de Pequim, em uma região cada vez mais dividida após meses de protestos em favor da democracia.

No distrito de Fortress Hill, um grupo de homens, muitos agitando bandeiras chinesas e vestindo camisas azuis com a frase "Amo a polícia de Hong Kong", atacaram neste sábado pessoas que pareciam ser manifestantes pró-democracia.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram o grupo de homens atacando jovens com socos e chutes, enquanto manifestantes fogem com medo. A polícia de Hong Kong não quis comentar o incidente.

Fortress Hill fica ao lado de North Point, área da cidade onde partidários do governo realizaram ataques semelhantes nos últimos meses.

Feridas e ensanguentadas

Ao longo do dia também foram registrados confrontos entre partidários da China e pró-democracia no Amoy Plaza, centro comercial localizado no outro lado da baía de Hong Kong.

Cerca de 200 pessoas haviam se reunido para agitar bandeiras chinesas e cantar o hino do país, segundo um fotógrafo da AFP.

Os incidentes aconteceram depois que defensores da democracia chegaram ao local. Pessoas de ambos os lados ficaram feridas e ensanguentadas. A polícia interveio e prendeu alguns jovens pró-democracia dentro e fora do centro comercial.

Segundo o jornal "South China Morning Post", também houve confrontos em uma estação de metrô de Hong Kong.

A crise começou com a denúncia a um projeto de lei que propunha a legalização das extradições para a China. Mas o movimento se transformou em uma denúncia do corte de liberdades no teritório, e partiu para a exigência de reformas democráticas.

Ativistas e analistas dizem que o movimento só terminará quando as autoridades aceitarem algumas exigências essenciais, como uma investigação sobre a polícia, a anistia das quase 1,4 mil pessoas presas e o voto universal. Mas nada indica que Pequim aceitará estas exigências.

A princípio, havia sido convocada uma grande manifestação para amanhã, mas a polícia não autorizou. As proibições anteriores foram ignoradas pelos organizadores, o que provocou confrontos com policiais.

Os manifestantes também convocaram manifestações para os próximos dois fins de semana e um greve geral, que terá início em outubro.

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