Preparação de quimioterapia para câncer de pulmão na Universidade Johns Hopkins, no estado de Maryland: o medicamento age bloqueando um tipo de proteína (Win McNamee/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 12h39.
Chicago - Um novo medicamento pode ajudar pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado a viver mais e pode contribuir no tratamento de outros tipos de câncer, informaram pesquisadores nesta segunda-feira.
Se os resultados iniciais forem confirmados em um estudo de Fase III ainda em andamento, este será o primeiro tratamento desenvolvido na última década que pode melhorar os resultados para pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado.
Os pacientes que receberam o medicamento Ganetespib do laboratório Synta tiveram uma média de sobrevivência de 9,8 meses, em comparação com os 7,4 meses registrados nos pacientes que passaram pelo tratamento padrão.
O medicamento age bloqueando um tipo de proteína chamada de chaperona molecular que ajuda as proteínas recém-formadas a assumirem a forma necessária para assumir sua função biológica específica.
Devido ao fato de muitas das proteínas que levam ao crescimento do câncer de pulmão precisarem desta chaperona - chamada de Hsp90 - para agir, bloqueá-la pode desativar ao mesmo tempo muitas proteínas que promovem o crescimento do câncer.
Os pesquisadores acreditam que o novo remédio também pode funcionar em pacientes que desenvolvem mutações que os tornam resistentes aos medicamentos tradicionais porque também inibe a função das proteínas mutantes.
"Este é o primeiro estudo aleatório que demonstra benefícios terapêuticos com um inibidor de proteína de choque térmico em pacientes com câncer", afirmou o principal autor do estudo, Suresh Ramalingam, um professor de oncologia da Emory University em Atlanta, Georgia.
"Esperamos que o estudo de Fase III confirme nossas descobertas, já que pacientes com esta forma e estágio de câncer de pulmão precisam urgentemente de tratamentos mais efetivos", disse.
Medicamentos anteriores com Hsp90 não tiveram sucesso nos testes porque não eram significativamente efetivos na extensão da vida e causaram intoxicação do fígado.
Este é o primeiro teste clínico aleatório de um inibidor de segunda geração e é a primeira vez que este tipo de droga mostra-se segura e efetiva.
O estudo de Fase II examinou 252 pacientes com adenocarcinoma de pulmão no estágio IV.
Ele foi apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Chicago.