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Novo primeiro-ministro chinês é liberal e de origem humilde

Ao contrário de seu antecessor Wen, Li, de 57 anos, tem pouco brilho midiático: sua vida particular quase não é conhecida


	Li Keqiang: definido como "comprometido e bem informado" em uma das informações dadas pelo Wikileaks
 (Wang Zhao/AFP)

Li Keqiang: definido como "comprometido e bem informado" em uma das informações dadas pelo Wikileaks (Wang Zhao/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2013 às 18h03.

Pequim - O novo primeiro-ministro da China, Li Keqiang, nomeado nesta sexta-feira para comandar o governo do gigante asiático, é um político que combina humildes origens rurais com tendências liberais, o que já foi mostrado durante seus cinco anos como vice-primeiro-ministro da Economia.

Li, que desde novembro de 2012 é o segundo líder em importância no Comitê Permanente do Partido Comunista, assumiu o cargo com ilustres antecessores (de Zhou Enlai a Wen Jiabao, passando por Zhao Ziyang, o líder que apoiou os estudantes da Praça da Paz Celestial) e se ocupará do verdadeiro "dia a dia" do país, frente ao posto mais ideológico e simbólico de presidente (desde ontem, Xi Jinping).

Ao contrário de seu antecessor Wen, Li, de 57 anos, tem pouco brilho midiático: sua vida particular quase não é conhecida. Sabe-se que sua origem é humilde. Seu pai era funcionário público em Anhui, onde o agora premiê nasceu no dia 1º de julho de 1955, e sua esposa é professora de Economia em uma universidade de Pequim.

Como seu mentor, o ex-presidente Hu Jintao, Li começou sua formação política na Liga da Juventude Comunista, na qual entrou durante a Revolução Cultural.

No final dessa época turbulenta, já no final dos anos 70, se matriculou em Direito na Universidade de Pequim e fez um doutorado em Economia.

Em sua etapa como estudante, as autoridades universitárias o destacaram como "moral e intelectualmente superior", uma definição que o ajudaria a ascender na política e a conseguir a secretaria do Partido Comunista em uma das províncias mais povoadas da China, Henan, com apenas 43 anos.

No entanto, Henan foi um capítulo repleto de altos e baixos para Li. Seu mandato teve muitos problemas (desde graves incêndios até um aumento da criminalidade na província) que, segundo seus críticos, ele enfrentou com certa "passividade".


Em Henan, chegou a adquirir inclusive, devido a sucessivos acidentes, a fama de azarado, uma reputação que não é superficial em um país muito apegado à superstição.

Além disso, Li lidou, em Henan, com outro grave problema antes de sua chegada ao poder provincial, o contágio do vírus HIV de milhares de pessoas em um negócio ilegal de compra e venda de sangue que propagou a Aids, até então muito pouco conhecida no país, em zonas pobres e rurais.

No entanto, Li fez com que o PIB de Henan alcançasse o 10º lugar no ranking provincial, o que lhe deu fama de bom gestor econômico.

Já com sólidas credenciais, conseguiu em 2007 entrar no Comitê Permanente do Partido - grupo de sete membros que compõe o principal órgão de poder da legenda -, e apenas um ano depois, chegou a vice-primeiro-ministro responsável pelas finanças e pela economia.

Nesse cargo, destacou-se por pertencer à ala mais liberal do governo e por já estar há dois anos mudando a estrutura econômica e fomentando a demanda interna, na linha de seu antecessor Wen.

Definido como "comprometido e bem informado" em uma das informações dadas pelo Wikileaks, uma das receitas de Li para combater a exagerada desigualdade socioeconômica que existe no país é fazer uma reforma agrária, tornando o setor "competitivo e eficaz".

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