Carles Puigdemont: líder deposto da Catalunha está exilado em Bruxelas, na Bélgica, para evitar a cadeia (Francois Lenoir/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 06h41.
Última atualização em 17 de janeiro de 2018 às 07h22.
Os últimos três meses foram especialmente turbulentos na Catalunha, região da Espanha que tentou declarar independência em outubro do ano passado, e os próximos não prometem ser mais tranquilos.
O líder independentista, Carles Puigdemont, foi deposto pelo governo espanhol por se voltar contra as leis do país, mas ele mesmo deve ser anunciado como o novo governante da região nesta quarta-feira, na sessão de posse do novo Parlamento.
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Mas não é certo de que ele poderá assumir o cargo. Desde o início de novembro, quando a Justiça espanhola deu ordem de prisão a Puigdemont e outros políticos envolvidos com o movimento pela independência, o líder deposto está exilado em Bruxelas, na Bélgica, para evitar a cadeia.
Apesar da distância, ele foi escolhido para assumir o comando da Catalunha novamente pela coalizão independentista, que venceu as eleições realizadas em dezembro, com Puigdemont tendo sido o candidato mais votado.
A ideia é de que ele assuma o cargo remotamente, mesmo os advogados do Parlamento tendo afirmado que é difícil defender sua permanência.
O governo espanhol já afirmou que não tolerará um governo via Skype na Catalunha, nem que outro deputado receba o cargo em seu nome.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, ameaçou assumir o governo da região caso os parlamentares insistam nessa possibilidade.
Ainda não se sabe se Puigdemont retornará ao país, já que corre o risco de ser preso assim como está seu ex-vice, Oriol Junqueras, líder do partido aliado Esquerda Republicana Catalã.
Com Junqueras preso, o partido acabou selecionando outro nome para assumir o comando do Parlamento, Roger Torrent.
Ele é, atualmente, prefeito de sua cidade natal, Sarrià de Ter, cargo para o qual foi eleito com 70% dos votos em 2015 — e que certamente precisará deixar.
Vai trocar o certo pelo duvidoso, num momento em que as confusões em torno do comando da Catalunha permanecem.