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Novo líder australiano jurou que lutará contra o extremismo

As declarações de Turnbull foram feitas um dia após a vitória na votação interna pela liderança do Partido Liberal


	Malcolm Turnbull: "Já não somos mais um país distante dos problemas do mundo, combater o extremismo violento também começa em casa", afirmou no parlamento
 (David Gray/Reuters)

Malcolm Turnbull: "Já não somos mais um país distante dos problemas do mundo, combater o extremismo violento também começa em casa", afirmou no parlamento (David Gray/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 10h29.

Sydney - Malcom Turnbull jurou cargo como novo primeiro-ministro da Austrália nesta terça-feira focado em estimular a economia e continuar a luta contra os extremistas islâmicos no interior e no exterior do país.

"Já não somos mais um país distante dos problemas do mundo, combater o extremismo violento também começa em casa", afirmou no parlamento o chefe do governo da Austrália, país tradicionalmente alinhado em política externa com o Ocidente e que apoia a coalizão internacional contra o Estado Islâmico (EI) no Oriente Médio.

As declarações de Turnbull, de 60 anos, foram feitas um dia após a vitória na votação interna pela liderança do Partido Liberal sobre Tony Abbott, que cedeu o posto como primeiro-ministro.

O novo chefe do governo, republicano e a favor do casamento homossexual, prometeu maior ênfase na economia e em uma comunicação mais efetiva que a do antecessor.

Segundo analistas, o Ministério das Relações Exteriores seguirá sob o comando de Julie Bishop, que foi confirmada como a número dois do Partido Liberal, enquanto são estudadas mudanças no Tesouro, entre outros postos do gabinete.

Turnbull garantiu que a Austrália continuará a cumprir com seus compromissos em segurança e defesa, como o apoio à coalizão internacional contra o EI na Síria e no Iraque.

"A defesa da Austrália e de seu povo é o dever mais importante deste governo e seguimos focados nessa missão agora, como sempre", enfatizou Turnbull, segundo a agência local "AAP".

Os analistas destacam que o novo primeiro-ministro é mais progressista que Abbott, embora Turnbull tenha sido marcado por uma agenda mais centrada na economia do que em matéria social ou ambiental.

"Ontem tínhamos um governo conservador e hoje temos um liberal", enfatizou à Agência Efe o economista Tim Harcourt, que afirmou que Turnbull tem um enfoque "mais sério" na economia que Abbott. Para Harcourt, o novo governo será "mais amigável com a Ásia".

O novo líder deve fazer frente a uma economia fortemente apoiada na mineração e na demanda chinesa, que após mais de duas décadas de crescimento mostra sinais de fraqueza.

O PIB australiano registrou 0,2% de expansão no último trimestre, enquanto o desemprego cresceu de 5,6% para 6,2% desde que Abbott assumiu o Executivo em setembro de 2013.

O economista Alexis Esposto explicou à Efe que Turnbull "tem que atuar dentro de um partido que tem uma força de direita muito intensa", mas disse acreditar que será capaz de enfrentar grandes desafios como "uma reforma tributária urgente na Austrália, que tem um sistema estagnado nos anos 50".

Turnbull, cujo partido governa em aliança com o Partido Nacional, que representa principalmente o setor rural, se mostrou muito mais cauteloso à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e à mudança climática.

O primeiro-ministro disse que respeitará a decisão do governo anterior de convocar um plebiscito para que os australianos decidam sobre o casamento homossexual, frente aos que preferem aprovar este direito mediante uma votação no parlamento.

O novo chefe de governo defendeu as medidas adotadas por Abbott em relação à mudança climática, como o novo objetivo na redução de emissão de gases poluentes fixado entre 26% e 28% abaixo dos níveis de 2005 para 2030.

Esse objetivo proposto pela Austrália, o maior poluidor per capita do planeta, foi considerado insuficiente pelos países insulanos do Oceano Pacífico, vulneráveis ao aumento do nível dos oceanos devido ao aquecimento global.

O primeiro-ministro deposto, após denunciar a "traição" por parte de seus companheiros no partido e apresentar renúncia por fax, se comprometeu a não interferir no trabalho do novo governo.

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