Rebeldes e civis: agência "Sana" informou nesta terça-feira que 6.749 pessoas deixaram ontem a região de Ghouta Oriental (Omar Sanadiki/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de março de 2018 às 17h05.
Um novo grupo formado por milhares de combatentes rebeldes e civis se prepara para deixar Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, rumo ao norte da Síria, dando sequência a um acordo entre facções islamitas e o governo de Bashar al Assad.
A agência de notícias oficial da Síria, "Sana", afirmou que 51 ônibus com 3.268 pessoas, entre elas 770 combatentes, estão prontos para partir de Ghouta Oriental em direção à província de Idlib.
Essas pessoas são de regiões antes controladas pela Legião da Misericórdia, que firmou um acordo na última sexta-feira com a Rússia, aliada de Al Assad, para deixa a região. O pacto, na prática, é praticamente uma rendição da facção islamita.
O acordo afeta tanto os representantes da Legião da Misericórdia como os da Organização para a Libertação do Levante, a coalizão formada pela ex-filial síria da Al Qaeda.
A "Sana" informou hoje que 6.749 pessoas deixaram ontem a região de Ghouta Oriental. O processo de saída de civis e combatentes é realizado com supervisão do Crescente Vermelho na Síria.
O Exército da Síria iniciou no fim de fevereiro uma ofensiva terrestre contra Ghouta Oriental. A ação foi precedida de uma intensa campanha de bombardeios do regime de Assad e da Rússia.
Semanas depois, as tropas governamentais conseguiram dividir a região em três. O Movimento Islâmico dos Livres de Sham e a Legião da Misericórdia aceitaram na semana passada um acordo para deixar a região. O Exército do Islã, por outro lado, é o único grupo que ainda não firmou um pacto e permanece em Ghouta Oriental.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou hoje que as tropas governamentais estão se mobilizando nos arredores de Duma, uma tentativa de pressionar o Exército do Islã a dialogar.
De acordo com a ONG, a ONU está intermediando para possibilitar a saída dos membros do grupo para o norte de Damasco.