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Novo foco de coronavírus faz Pequim entrar em “emergência de guerra”

Onze bairros residenciais da capital da China foram isolados após o registro de novos casos da covid-19 vinculados ao mercado local de carne e peixe

 (Tingshu Wang/Reuters)

(Tingshu Wang/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de junho de 2020 às 09h41.

Última atualização em 13 de junho de 2020 às 15h49.

Várias dezenas de moradores de Pequim deram positivo para o novo coronavírus, confirmando a existência de um novo surto de infecção na capital chinesa, onde um confinamento de emergência foi ordenado em onze bairros.

Esses novos casos suscitam temores de uma segunda onda pandêmica na China, após o aparecimento do vírus na cidade de Wuhan no final do ano passado.

Desde então, as autoridades chinesas conseguiram controlar a COVID-19 graças a rigorosas medidas de confinamento. Um morador de disse à Reuters que o distrito está em "modo de emergência de guerra".

"De acordo com o princípio de colocar a segurança das massas e a saúde em primeiro lugar, adotamos medidas de fechamento para o mercado de Xinfadi e bairros vizinhos", disse.

Essas medidas foram levantadas à medida que o número de infecções diminuiu, e a maioria dos casos relatados nos últimos meses eram cidadãos que viviam fora do país e que foram submetidos a testes ao voltar para casa durante a pandemia.

A China registrou oficialmente 4.634 mortes por COVID-19, que já causou 425.000 óbitos em todo o mundo.

Os 11 bairros residenciais do sul de Pequim foram confinados após o registro de novos casos de coronavírus vinculados ao mercado local de carne e peixe, segundo fontes municipais.

Segundo o jornal The New York Times, o estabelecimento responde pelo abastecimento de 90% do abastecimento de frutas e legumes da cidade.

Até agora, sete casos foram relacionados ao mercado de Xinfadi, seis deles confirmados neste sábado. Nove escolas e jardins de infância da área foram fechados.

Enquanto isso, 45 outros casos assintomáticos foram detectados após a realização de cerca de 2.000 testes entre os funcionários do mercado, segundo uma autoridade da saúde de Pequim, Pang Xinghuo.

Primeiro caso em dois meses

O primeiro caso de COVID-19 em Pequim em dois meses foi anunciado na quinta-feira. Uma pessoa que havia visitado o mercado de carne de Xinfadi na semana passada e que não saiu da cidade.

Entre os seis novos casos anunciados neste sábado, três são trabalhadores do mercado de Xinfadi, um visitante do mercado e dois funcionários do Centro de Investigação da Carne, localizado a sete quilômetros de distância.

Um dos funcionários havia visitado o mercado na semana passada.

As autoridades fecharam o mercado, bem como outro de frutos do mar que um dos pacientes havia visitado, para desinfecção e coleta de amostras na sexta-feira.

Jornalistas da AFP viram centenas de policiais perto dos dois mercados neste sábado.

As autoridades do distrito de Fengtai anunciaram que estavam implementando um "dispositivo de guerra" para lidar com as novas infecções.

Na manhã deste sábado, voluntários iam de porta em porta em vários distritos de Pequim, perguntando a seus interlocutores se haviam ido recentemente ao mercado de Xinfadi.

E as autoridades também anunciaram a organização de testes em larga escala para quem esteve em "contato próximo" com o mercado de Xinfadi desde 30 de maio.

Salmão

Na sexta-feira, as autoridades de Pequim adiaram o retorno às aulas de alunos das escolas primárias da cidade e suspenderam todas as atividades esportivas.

Visitas à capital chinesa de grupos de outras províncias foram suspensas neste sábado.

O presidente do mercado de Xinfadi disse ao Beijing News que o vírus foi detectado em tábuas usadas para cortar salmão importado.

Grandes redes de supermercados, como Wumart ou Carrefour, suspenderam a venda de salmão na noite de sexta-feira em Pequim e indicaram que outros alimentos não foram afetados, segundo o Beijing Daily.

Neste sábado, vários restaurantes em Pequim pararam de oferecer salmão em seus cardápios, segundo jornalistas da AFP.

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