MOON E KIM EM PYONGYANG: pela primeira vez líder sul-coreano visita a capital norte-coreana / Pyeongyang Press Corps/Pool via REUTERS
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2018 às 06h01.
Última atualização em 18 de setembro de 2018 às 06h29.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, cruzou pela terceira vez a fronteira com a Coreia do Norte, mas desta vez foi além. Nesta terça-feira, o líder sul-coreano se encontra com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong un, em Pyongyang, onde chegou por volta das 22h30 de Brasília. As duas rodadas anteriores de negociação pela desnuclearização do regime norte-coreano, em abril e maio, foram na zona desmilitarizada entre os dois países.
Desta vez, o objetivo é solidificar o já iniciado processo de paz, e garantir que Kim está preparado para um novo encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Trump tinha pedido para que Moon fosse o negociador chefe com a Coreia do Norte, representando os interesses dos dois países, após cancelar um encontro com Kim, no mês passado, mas garantir que tem real interesse em negociar com a Coreia do Norte.
Com o progresso já registrado na península (como a criação de um escritório conjunto, a modernização das linhas de trem e a abertura dos diálogos mais frequentes), esperava-se que os países declarassem o fim da guerra da Coreia, encerrada em 1953 mas sem a assinatura de um armistício. Mas, para os Estados Unidos, não é possível declarar o fim dos conflitos enquanto não houver o completo desarmamento nuclear da Coreia do Norte.
Novos personagens se apresentam neste terceiro encontro. O vice-presidente da sul-coreana Samsung, Jay Y. Lee, e representantes da SK Group e LG se encontrarão com o primeiro-ministro norte-coreano Ri Ryong Nam. Na quarta, os líderes coreanos, junto com os executivos, pretendem anunciar uma parceria econômica. As conversas, pouco a pouco, passam do campo militar em direção ao econômico, onde Moon precisa de boas notícias para recuperar a imagem de seu governo após dados econômicos ruins nas últimas semanas.
Encerrar a ameaça nuclear pode até ser o objetivo de fundo, mas a reaproximação entre as Coreias tem uma série de objetivos, digamos, muito mais mundanos.