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Novo diretor de "Charlie Hebdo" não desenhará mais Maomé

Luz é o autor da célebre capa com a qual o "Charlie Hebdo" retornou às bancas após o atentado de janeiro, mas diz que retratar o profeta já não o interessa mais


	Charlie Hebdo: a comoção pelos atentados em Paris levou a revista a vender oito milhões de cópias do histórico número, um recorde na imprensa francesa
 (Pascal Guyoy/AFP)

Charlie Hebdo: a comoção pelos atentados em Paris levou a revista a vender oito milhões de cópias do histórico número, um recorde na imprensa francesa (Pascal Guyoy/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2015 às 16h11.

Paris - O cartunista Luz, novo responsável pela revista satírica francesa "Charlie Hebdo", atacada por jihadistas em janeiro, disse que não voltará a desenhar o profeta Maomé.

"Não voltarei a desenhar mais o personagem de Maomé, já não me interessa", declarou em entrevista publicada nesta quarta-feira pela revista "Les Inrockuptibles".

Luz é o autor da célebre capa com a qual o "Charlie Hebdo" retornou às bancas após o atentado de janeiro, na qual o profeta chorava sob uma manchete: "Tudo está perdoado".

O cartunista explicou que na ocasião não retratou Maomé de novo no semanário por "revanche", mas porque "aquele "capa deveria ter um vínculo direto com os motivos do drama" que terminou com o ataque jihadista, no qual morreram 12 pessoas, entre elas o então diretor e seu melhor amigo, Charb, e o histórico cartunista Cabu, seu mentor.

A comoção pelos atentados em Paris levou a revista a vender oito milhões de cópias do histórico número, um recorde na imprensa francesa e que gerou protestos em vários países árabes.

O cartunista publicou recentemente um álbum de charges chamado "Catharsis", no qual relata o processo pessoal que atravessou após o atentado, no qual ficou ferido.

Luz disse que se cansou de brincar de gato e rato com o profeta, um personagem que já não o interessa, assim como um dia decidiu deixar de desenhar o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.

"Os terroristas não ganharam. Teriam ganho se toda a França continuasse com medo", opinou Luz. 

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