Novos ataques contra os civis coincidem com um amplo desdobramento de segurança nos arredores de Damasco (Sezayi Erken/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 17h54.
Cairo - Pelo menos 30 pessoas, entre elas dois menores de idade, morreram nesta terça-feira na Síria em várias ações de repressão das forças do regime de Bashar al-Assad, segundo os opositores Comitês de Coordenação Local (CCL).
O grupo opositor anunciou em comunicado a morte de 14 pessoas na província de Idlib, dez na de Homs, três nos arredores de Damasco, dois na de Deraa e uma na capital.
Esses novos ataques contra os civis coincidem com um amplo desdobramento de segurança nos arredores de Damasco, depois que as forças leais ao regime recuperaram o controle desta região.
A ofensiva mais sangrenta ocorreu na província de Idlib, um dos principais redutos opositores, onde eclodiram violentos enfrentamentos entre as tropas e o Exército Livre Sírio (ELS), que agrupa os desertores.
O bombardeio contra o povoado de Saraqeb atingiu uma escola, uma padaria e três casas, deixando um elevado número de mortos e feridos, segundo os CCL, que não indicaram o número exato de vítimas.
Também está sendo atacada com armamento pesado a localidade de Khan Sheijun, o que desencadeou choques entre o Exército e os desertores.
Entre os mortos de Idlib há quatro soldados, que foram executados pelas forças de segurança.
Em Rastan (província de Homs), um bombardeio provocou o desabamento de um prédio residencial. Ainda não há informações sobre os moradores do local. Em outro incidente na mesma cidade, pelo menos três civis morreram por tiros das forças de segurança disparados contra uma ambulância que transportava vários feridos.
Um dos menores de idade mortos, um menino de 12 anos, morreu na localidade de Telbiseh, em Homs, por causa de um disparo no peito efetuado por um francoatirador.
Embora o maior número de vítimas tenha sido registrado no norte e no centro do país, as forças continuam sua ofensiva nos arredores de Damasco e as tropas irromperam em várias localidades como Samalka e Arbin.
Em Ein Tarama, onde morreu uma pessoa, as forças de segurança ordenaram aos habitantes que abandonem a cidade e realizam campanhas de prisões.
Enquanto isso, o Conselho de Segurança da ONU prevê abordar nesta terça-feira a situação dos direitos humanos na Síria com um projeto de resolução proposto pelo Marrocos, que pede a renúncia de Assad, mas o texto é repudiado pela Rússia, tradicional aliada de Damasco.