Donald Trump e Jeb Bush: Bush conseguiu distanciar-se do polêmico Trump em seus argumentos sobre migração ou a guerra na Síria (Reuters / Lucy Nicholson)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2015 às 13h28.
Os pré-candidatos republicanos à Casa Branca realizaram nesta terça-feira seu quarto debate na TV, discutindo o futuro da economia e a situação dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos, o que não pareceu alterar a campanha nem deu a Jeb Bush a chance de ganhar destaque.
Bush, filho e irmão de presidentes e preferido pelo establishment do Partido Republicano, tentou sem muito êxito ter uma atuação memorável.
"Tive quatro minutos no último debate. Quero minha pergunta agora mesmo", reclamou logo no inícido do confronto.
Ele, no entanto, conseguiu distanciar-se do polêmico Donald Trump em seus argumentos sobre migração ou a guerra na Síria.
"Este é um país que está sendo atingido em cada frente, econômica, militar, e não fazemos nada para ganhar", declarou o magnata Donald Trump.
O cirurgião Ben Carson e Trump concordaram em que o salário mínimo não deve ser aumentado, enquanto o senador pela Flórida Marco Rubio afirmou que "a melhor forma de tornar os Estados Unidos melhor (...) é com uma reforma fiscal, uma reforma regulatória e o controle da dívida", e acabando com o Obamacare, o programa de saúde do presidente Barack Obama.
Trump voltou a bater na tecla da deportação de imigrantes ilegais ao afirmar que "têm que ser expulsos (...), não há outra opção se vamos administrar corretamente nosso país".
"Somos um país de leis, precisamos de fronteiras e de um muro, muro que será construído com sucesso".
O ex-governador da Flórida Jeb Bush disse que "simplesmente não é possível (...) destruir comunidades" expulsando imigrantes do país". "Apenas tendo esta conversa enviamos uma poderosa mensagem (aos eleitores): agora mesmo estão aplaudindo a campanha de (Hillary) Clinton".
"A maneira de conquistar a presidência é tendo planos práticos", disse Jeb Bush, que propôs um "status legal" para imigrantes ilegais no país desde que paguem uma multa, consigam um trabalho, aprendam inglês e não cometam crimes.
O governador de Ohio, John Kasich, concordou que "é preciso proteger as fronteiras (...) mas se alguém acredita que vamos recolher 11 milhões de pessoas (imigrantes ilegais) para enviá-las ao México, deve pensar nas famílias, nas crianças".
O debate teve um momento de descontração quando Carson agradeceu aos mediadores por não perguntarem o que ele "disse quando tinha quinze anos".
Carson, neurocirurgião aposentado e único candidato negro na corrida presidencial, incluiu West Point em seu histórico pessoal, tendo, inclusive, escrito sobre o assunto em sua autobiografia, intitulada "Gifted Hands", algo que de fato não ocorreu.
O médico também já disse que as pirâmides do Egito foram construídas por José, o personagem bíblico, como celeiros e não para sepultar os faraós, como afirmam os arqueólogos.
As primárias começam em menos de três meses, em 1º de fevereiro em Iowa (centro) e 9 do mesmo mês em New Hampshire (nordeste), num processo que culminará em junho com a nomeação do candidato republicano.
Dado o elevado número de candidatos republicanos, as redes de televisão definiram um formato duplo no verão: um debate principal para os dez candidatos mais bem colocados nas pesquisas e um segundo debate para os demais.
Mas Fox Business mudou as regras do jogo e reuniu apenas oito candidatos no palco principal nesta terça-feira, em Milwaukee.
Carson, que tem cativado os eleitores com sua forte convicção cristã e uma história inspiradora de como superou uma infância difícil em Detroit e conquistou uma carreira de sucesso como neurocirurgião, disputa a liderança com Trump, o polêmico milionário do ramo imobiliário, que sofre uma estagnação de sua popularidade. Os dois dividem a metade das intenções de voto dos republicanos.
São seguidos pelos senadores Rubio e Ted Cruz (Texas), dois homens de origem cubana que se opõem à reforma da imigração e que aproveitaram os debates para ganhar notoriedade.
Do lado democrata, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, de 68 anos, voa silenciosamente com 22 pontos à frente do senador Bernie Sanders, de 74 anos, um autodenominado "socialista democrata".