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Novo Boeing 787 enfrenta problemas no trem de pouso no Japão

Pilotos da primeira das duas aeronaves entregues até o momento para a ANA foram forçados no domingo a baixar o trem de pouso usando o sistema de backup manual

Já com as cores da ANA, o 787 decola para um voo de teste no estado americano de Washington, onde fica a sede da Boeing (Divulgação)

Já com as cores da ANA, o 787 decola para um voo de teste no estado americano de Washington, onde fica a sede da Boeing (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 15h19.

Tóquio - A Boeing e a All Nippon Airways estão investigando um problema no trem de pouso do 787 Dreamliner, a primeira falha técnica relatada desde que o avião entrou em serviço há menos de duas semanas, informou a companhia aérea nesta segunda-feira.

Pilotos da primeira das duas aeronaves entregues até o momento para a ANA foram forçados no domingo a baixar o trem de pouso usando o sistema de backup manual, depois que a luz indicadora sugeriu que as rodas não foram devidamente baixadas.

Eles pousaram em Okayama na segunda tentativa após o incidente, disse a companhia aérea.

"Nós ainda não estamos certos de qual era o problema, mas estamos investigando", disse um porta-voz da companhia aérea, acrescentando que a Boeing também estava envolvida na investigação.

A agência de notícias Kyodo relacionou o problema a uma válvula hidráulica, mas a Boeing não quis confirmar a causa.

"Estamos cientes do assunto e estamos no local no Japão com a ANA oferecendo toda a assistência necessária", disse um porta-voz da Boeing na Europa.


O 787 Dreamliner é uma aeronave leve revolucionária construída principalmente de compostos de carbono com intuito de economizar combustível.

O jato foi entregue em setembro após três anos de atrasos de produção e fez um vôo inaugural em 26 de outubro, de Tóquio para Hong Kong, seguido por serviços regulares a partir de 1 de novembro.

A ANA disse que vai voar a aeronave em trechos domésticos em caráter experimental antes de colocá-la em longas rotas internacionais.

Os dois motores do 787 possuem sistemas elétricos que operam os controles de vôo e o trem de pouso. Reguladores aéreos dos Estados Unidos exigiram que a Boeing realizasse medidas adicionais antes de certificar o sistema, já que se tratava de um novo design.

Como o Dreamliner incorpora tantas novidades de design e fabricação, o avião está sob maior avaliação por parte da comunidade de aviação. O jato está cerca de três anos atrasado em relação ao cronograma original de desenvolvimento por causa de dificuldades na cadeia de abastecimento global.

A Boeing abandonou a tradicional fabricação em alumínio de confiança, optando por compostos de carbono reforçados para melhorar a economia de combustível.

"Esta falha não deve ter nenhum impacto sobre as percepções do cliente do 787, desde que a Boeing vá atrás da investigação de forma agressiva e implemente qualquer correção necessária", disse Richard Aboulafia, analista aeroespacial da Teal Group.

O incidente ocorreu dias depois de um Boeing 767 pousar de barriga em Varsóvia, após uma falha na descida do trem de pouso.

O pouso foi visto como um milagre para as 230 pessoas a bordo, mas especialistas em aviação disseram que tais incidentes são relativamente raros.

Desde 2000 foram relatados 10 acidentes envolvendo trens de pouso, nenhum deles fatal, de acordo com um banco de dados da Flight Safety Foundation.

O trem de pouso do 787 Dreamliner é feito pela Messier-Dowty. A controladora Safran se recusou a comentar o assunto.

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