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Novo áudio revela últimos momentos do submarino Titan antes de implosão perto do Titanic

Expedição da empresa OceanGate terminou com a morte dos cinco tripulantes, que incluia o fundador da empresa

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 10h10.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 12h32.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou nesta quarta-feira, 12, um áudio do submarino Titan, que implodiu em 18 de junho de 2023, quando estava próximo aos destroços do Titanic.

Na gravação, obtida com um dispositivo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, é possível ouvir um rugido estrondoso.

Relembre o caso

Em junho de 2023, uma expedição, da empresa OceanGate iria visitar os destroços do navio Titanic. A implosão causou a morte de todos os cinco tripulantes: o fundador Stockton Rush, 61, o explorador francês Paul Henri Nargeolet, 77, o explorador britânico Hamish Harding, 58, o empresário paquistanês baseado no Reino Unido Shahzada Dawood, 48 e seu filho de 19 anos Suleman.

Durante coletiva de imprensa realizada na época do acidente, Paul Hankins, especialista em salvamento da Marinha dos Estados Unidos, disse que os destroços encontrados "eram consistentes com a perda catastrófica da câmara de pressão no submersível". Os detritos estavam a 1.600 pés da proa do Titanic e não há sinais de que o veículo tenha colidido com o naufrágio centenário.

As autoridades localizaram cinco principais fragmentos do submarino Titan, incluindo uma calota de proa, a extremidade frontal do casco resistente e a extremidade traseira do casco resistente, conforme confirmou Hankins.

Quais as consequências para futuras viagens submarinas?

Antes da tragédia, a OceanGate já havia sido criticada por profissionais do setor de tecnologia marinha. Em 2018, 38 especialistas assinaram uma carta enviada a Stockton Rush no qual chamavam a atenção para o uso de "tecnologia experimental" na fabricação de seus submersíveis.

O documento, revelado pelo The New York Times, afirmava que as consequências podiam ser catastróficas para todos — inclusive, a indústria de veículos submarinos tripulados.

O cineasta James Cameron, diretor do filme Titanic e um experiente mergulhador, comparou a conduta do CEO da empresa Stockton Rush a do capitão do navio de sua principal obra:

"Muitas pessoas na comunidade estavam preocupadas com esse submarino. E os top players da comunidade de engenharia submarina escreveram uma carta para a companhia falando que o que eles estavam fazendo era muito experimental", ressalta Cameron.

"Estou impressionado com a semelhança do próprio desastre do Titanic, onde o capitão foi repetidamente avisado sobre o gelo à frente de seu navio e ainda assim ele navegou a toda velocidade"— continua o cineasta.

Não se sabe ainda se o caso irá levar a criação de novos protocolos de segurança ou obrigar autoridades a reforçarem a fiscalização desse tipo de atividade. Veterano da Guarda Costeira americana, Aaron Davenport disse em entrevista a agência AP que a OceanGate falhou diversas vezes antes mesmo da tragédia ocorrer — por exemplo, ao não ter um navio capaz de resgatar o submarino em caso de emergência.

"O que é confuso é que eles perderam as comunicações com o submarino no início da missão e não parece que eles tinham um bom plano para restaurar as comunicações e/ou abortar a missão."

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