Mundo

Protestos matam 14 na Síria na sexta-feira do Ramadã

Repressão ocorre no jejum muçulmano, mês religioso em que as pessoas não podem comer ou beber entre o nascer e o pôr-do-sol

Indicando a forte resistência da oposição, dezenas de milhares de pessoas marcharam pelas cidades na Síria nesta sexta-feira (AFP)

Indicando a forte resistência da oposição, dezenas de milhares de pessoas marcharam pelas cidades na Síria nesta sexta-feira (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2011 às 19h43.

Amã - As forças sírias mataram pelo menos 14 civis durante a repressão a dezenas de milhares de participantes de manifestações contra o presidente Bashar al-Assad, na primeira sexta-feira do mês islâmico sagrado do Ramadã, segundo ativistas.

Os Comitês de Coordenação Locais, formados por ativistas, disseram que sete pessoas foram mortas em Erbin, um subúrbio de Damasco; uma em Mouadhamiya, que fica a sudoeste da capital, a apenas 30 quilômetros das colinas do Golã (território sírio ocupado por Israel); e três em Dumair, ao norte da capital.

Duas outras mortes ocorreram em Homs, 165 quilômetros ao norte de Damasco, ocupada há dois meses por tanques e blindados. Finalmente, uma pessoa foi morta no planalto de Hauran, berço da rebelião iniciada há cinco meses -- sempre segundo o relato dos ativistas.

Pelo sexto dia consecutivo, tanques bombardearam a cidade de Hama, e os moradores temem que o número de mortos --estimado em 135 desde o início da ofensiva governamental-- suba.

Num sinal de resistência da oposição, ativistas disseram que dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de todo o país durante a sexta-feira, o dia mais importante da semana islâmica. Durante o mês do Ramadã, os muçulmanos não comem nem bebem nada durante o dia inteiro.

"Não temos medo, Deus está conosco", gritavam os manifestantes. Eles também entoavam palavras de ordem em apoio à população de Hama, e pela renúncia de Assad. "Você, sírio, levante a mão, não queremos Bashar!", gritavam os manifestantes, em imagens transmitidas ao vivo pela TV Al Jazeera.

Uma testemunha disse ao canal que o Exército proibiu protestos em Hama, e também está dissolvendo aglomerações em mesquitas, temendo que elas se transformem em passeatas após as preces da sexta-feira.

Houve relatos de disparos contra manifestantes também no subúrbio de Douma e na localidade de Kfar Inbil (noroeste), com dezenas de feridos.

As autoridades sírias expulsaram a maior parte da mídia estrangeira do país, o que dificulta a confirmação dos relatos feitos por ambas as partes.

Acompanhe tudo sobre:MassacresPolíticaPolítica no BrasilProtestosSíria

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua