Nova Zelândia: manifestantes contra o racismo haviam prometido derrubar a estátua no fim de semana (Michael Bradley/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de junho de 2020 às 06h22.
Última atualização em 12 de junho de 2020 às 14h51.
A cidade neozelandesa de Hamilton derrubou nesta sexta-feira uma estátua do comandante militar colonial do qual recebeu seu nome, o mais recente caso da lista de localidades em todo o mundo que enfrentam seu passado.
Uma grua retirou a escultura de bronze do capitão John Fane Charles Hamilton da Praça Cívica nesta sexta-feira, após solicitações de vários moradores e de ameaças dos manifestantes antirracistas sobre a derrubada da estátua.
A prefeitura de Hamilton afirmou que a retirada da estátua é parte de um esforço para eliminar os monumentos "considerados representativos de desarmonia e opressão cultural", em um contexto de protestos antirracistas em vários países do mundo.
"Conheço muitas pessoas - de fato um número crescente de pessoas - que consideram a estátua pessoal e culturalmente ofensiva", disse a prefeita Paula Southgate.
"Não podemos ignorar o que está acontecendo em todo o mundo. No momento em que estamos tentando desenvolver tolerância e compreensão. Não acredito que a estátua nos ajude", disse.
Hamilton era um comandante naval que lutou contra os maoris indígenas que defendiam sua terra contra a expansão colonial britânica no século XIX. Morreu na batalha de Pukehinahina, em 1864.
A estátua foi doada ao conselho local em 2013 e a remoção aconteceu após um pedido formal da iwi regional, ou tribo, Waikato-Tainui.
Os manifestantes contra o racismo haviam prometido derrubar a estátua no fim de semana. O ativista Taitimu Maipi chamou Hamilton de "assassino".
A Waikato-Tainui elogiou a retirada da estátua e afirmou que debate com o Conselho Municipal outros nomes e símbolos coloniais problemáticos, incluindo a possibilidade de restaurar o nome maori original da cidade, Kirikiriroa.