Prefeito de Nova York, Bill de Blasio (foto de arquivo): tentativa de ampliar cobertura vacinal na cidade (Kevin Hagen/Pool/Reuters)
Carolina Riveira
Publicado em 20 de outubro de 2021 às 18h37.
Última atualização em 20 de outubro de 2021 às 18h50.
Tentando ampliar sua cobertura vacinal, a cidade de Nova York estabeleceu regras mais rígidas para os não vacinados contra a covid-19.
Segundo anunciou o prefeito Bill de Blasio, do Partido Democrata, todos os funcionários públicos na cidade serão obrigados a se vacinar contra o coronavírus, como agentes em gabinetes, policiais e bombeiros. Até então, a regra valia somente para profissionais em escolas e na área da saúde.
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Além disso, os funcionários que se vacinarem entre esta quarta-feira, 20, e o próximo dia 29 de outubro, receberão um adicional de 500 dólares em sua folha de pagamentos.
"Não há privilégio maior do que servir à população da cidade de Nova York, e esse privilégio vem com uma responsabilidade de manter a si mesmo e sua comunidade seguros", disse de Blasio ao anunciar a medida.
Quem não se vacinar até esta data, no entanto, será colocado em licença não remunerada. Dos mais de 160.000 funcionários na cidade, 29% ainda não tomaram pelo menos uma dose, segundo a prefeitura.
A taxa dos servidores sem vacina é inclusive maior do que a do restante dos adultos. Se contabilizados somente os maiores de 18 anos, só 15% dos habitantes de Nova York ainda não tomaram pelo menos uma dose.
Ao todo, dentre os mais de 8,5 milhões de habitantes em Nova York, incluindo crianças sem idade para vacinação, a fatia de não vacinados é de 28%. São 72% vacinados com pelo menos uma dose, e 66% com a vacinação completa.
A situação é pior em algumas regiões na cidade. Enquanto Manhattan, a área mais rica, tem 81% da população vacinada, o Bronx, o Brooklyn e Staten Island têm menos de 70%.
O cenário de vacinação na cidade também traz problemas socioeconômicos. A população negra é a que menos se vacinou (só 49% tomou ao menos uma dose), e especialistas indicam que isso acontece sobretudo por falta de informação, com moradores mais pobres achando que precisarão pagar pela vacina. No caso de imigrantes não regularizados, há ainda o temor de que a vacinação os faça serem deportados do país.
Nova York tem tomado outras medidas para incentivar a população a se vacinar, como a obrigatoriedade do chamado passaporte de vacinação para comer em ambientes internos de restaurantes.
Quando esteve na cidade para a Assembleia Geral da ONU, em setembro, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi fotografado comendo na rua, por não ter comprovado seu status de vacinação. O presidente afirma não ter se vacinado.
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