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Nova York endurece restrições e obriga vacina para restaurantes

Clientes que desejarem comer fora terão de apresentar comprovante de vacinação. Casos da variante Delta preocupam nos EUA

Restaurante em Nova York: vacina será obrigatória para frequentadores (John Smith/VIEWpress/Corbis/Getty Images)

Restaurante em Nova York: vacina será obrigatória para frequentadores (John Smith/VIEWpress/Corbis/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 14h06.

Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 22h26.

Comer fora ou ir ao cinema em Nova York acaba de ganhar novas regras, mesmo com a vacinação avançada.

A cidade anunciou que passará a exigir obrigatoriedade de teste negativo de covid-19 ou de comprovante de vacinação para todos que desejarem comer em restaurantes, fazer exercícios em lugares fechados ou frequentar espaços culturais como cinema ou teatro.

A medida vem em linha com o aumento de casos da variante Delta, que preocupa nos Estados Unidos. O número de novos casos na cidade de Nova York subiu mais de cinco vezes em julho, com a média móvel nos últimos sete dias superando 900 casos diários.

Nova York se torna assim a primeira grande cidade dos Estados Unidos a exigir vacinação para frequentar estabelecimentos, seguindo países como França e Itália.

A regra passa a valer no próximo dia 16 de agosto, mas a fiscalização de fato só começa em setembro, após um período de transição e quando um novo ano letivo começará nas escolas.

"É hora de as pessoas enxergarem a vacinação como literalmente necessária para viver uma vida boa, plena e saudável", disse o prefeito Bill de Blasio em coletiva de imprensa.

O prefeito afirmou que "nem todos vão concordar conosco", mas que a prefeitura visa proteger o maior número de pessoas possível.

O plano inclui a criação de um passaporte de vacinação, o “Key to NYC Pass” (a "chave para NYC"), a ser apresentado pelos vacinados nos estabelecimentos. 

Nos últimos meses, os EUA vinham relaxando restrições diante do avanço da vacinação e queda no número de casos e mortes.

Em medida questionada, o CDC, centro de controle e prevenção de doenças, chegou a anunciar que os completamente vacinados não precisavam mais usar máscara, nem mesmo em lugares fechados. Nos últimos dias, com o aumento de casos, a organização voltou atrás para as regiões mais afetadas — o que não inclui Nova York, por ora.

De Blasio, no entanto, tem relutado em voltar com a obrigatoriedade de máscaras em Nova York, apesar de pedidos de especialistas.

Novos estudos têm mostrado que as vacinas contra a covid-19, embora evitem a maioria dos casos graves da doença, não impedem que um infectado com a variante Delta transmita o vírus para outra pessoa. Uma vez que há regiões em que só metade da população está vacinada, a informação é preocupante para o controle da pandemia nos EUA.

Neste mês, a prefeitura de Nova York já havia passado a exigir que funcionários municipais sejam obrigados a se vacinar até meados de setembro.

Empresas em todo o país também começaram a exigir vacinação para trabalhar, como Google, Netflix e Facebook.

Vacinados nos EUA

Uma dificuldade dos Estados Unidos é aumentar a taxa de vacinados.

Embora sobrem vacinas no país, o número de completamente vacinados adultos (com mais de 18 anos) é de somente 61% da população. Se incluída toda a população, a taxa cai para 50%.

No Brasil, a fatia de totalmente vacinados é de 20% da população.

Na cidade de Nova York, com 8 milhões de habitantes, a parte mais vacinada entre os cinco condados que compõem a cidade é a área de Manhatan, a mais rica (71% da população tomou uma dose, e a taxa sobe para 80% se contabilizados só os adultos).

Mas há desigualdades dentro da cidade. No Bronx, só 50% da população tomou ao menos uma dose. Em Kings County (condado que representa a região do Brooklyn), a taxa é de 52%.

O presidente americano, Joe Biden, cogita oferecer prêmio de 100 dólares a quem se vacinar. A própria Prefeitura de Nova York também está pagando, desde a última sexta-feira, 30, o mesmo valor para os novos vacinados. Governos em todo o país têm oferecido prêmios diversos, de sorteio de 1 milhão de dólares e bolsas na faculdade a refeições gratuitas e ingressos para shows.

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