Grécia vive um blecaute informativo pela participação na greve dos jornalistas de toda a imprensa (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2011 às 06h34.
Atenas - A Grécia enfrenta nesta quarta-feira uma nova greve geral de 24 horas que afeta o transporte urbano, as conexões marítimas e ferroviárias, os voos e os serviços de saúde e educação, em protesto pelas políticas de austeridade e os planos de privatização do Governo.
Desde a madrugada desta quarta-feira, deixaram de funcionar várias linhas de transporte público em Atenas, mas o serviço será normalizado ainda durante esta manhã, para que os cidadãos possam participar das manifestações convocadas pelos sindicatos no centro da capital.
A greve afeta em geral as empresas estatais que o Governo pretende privatizar dentro da estratégia para reduzir a enorme dívida do país.
Além disso, maternais, colégios públicos e bancos permanecerão fechados.
O tráfego aéreo será interrompido entre 6h e 10h (de Brasília) devido à participação dos controladores aéreos na greve, o que levou ao cancelamento ou remarcação de centenas de voos.
Os navios e os trens ficarão parados nesta quarta-feira, o que afetará as conexões com as ilhas e os itinerários internacionais.
Os hospitais públicos atenderão apenas casos de emergência, e as operações e consultas programadas para esta quarta-feira foram adiadas. O serviço de ambulâncias também funcionará com seu quadro mínimo.
Além disso, a Grécia vive um blecaute informativo pela participação na greve dos jornalistas de toda a imprensa, em particular protesto pela onda de demissões e más condições de trabalho.
A greve é a resposta dos sindicatos à intenção do Governo de aplicar um novo plano de austeridade para arrecadar cerca de 76 bilhões de euros até 2015 mediante a privatização de empresas estatais e a venda de bens públicos, para reduzir o déficit público.
A greve geral desta quarta-feira é a segunda convocado este ano pela Confederação de Trabalhadores da Grécia (GSEE), que representa 1,5 milhão de pessoas, e o Sindicato de Funcionários Civis (ADEDY), que representa outros 700 mil.
As duas organizações exigem que o Governo socialista "freie as políticas anti-sociais, que suprimiram todas as conquistas da classe trabalhadora".
A greve acontece em um ambiente de extrema tensão pelas crescentes avaliações de que a Grécia terá de recorrer a um novo pacote de ajuda externa ou reestruturar sua dívida diante da impossibilidade de assumir o pagamento de suas obrigações.