Mundo

Nova capa da The Economist retrata Trump como um incendiário

Presidente dos EUA precisa ser persuadido de que as alianças são a maior fonte de poder do país, diz revista

 (The Economist/Reprodução)

(The Economist/Reprodução)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 15h17.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2017 às 15h52.

São Paulo - Washington passa por uma revolução, diz a renomada revista britânica The Economist, com Donald Trump lançando "coquetéis-molotov de políticas e ordens executivas". Em sua nova capa, a publicação retrata o presidente americano como um insurgente.

O editorial compara as principais (e polêmicas) investidas do republicano, que está no poder há pouco mais de dez dias, a bombas caseiras, entre elas o abandono do acordo Transpacífico (TTP), a construção do muro no México e a exigência de uma renegociação do Nafta, a reforma da imigração, a defesa da tortura, o ataque à imprensa, só para citar algumas.

"Na política, o caos normalmente leva ao fracasso. Com o Sr. Trump, o caos parece ser parte do plano. Promessas que pareciam hipérbole na campanha agora representam uma revolta mortal e séria, que tem como objetivo sacudir Washington e o mundo", afirma a revista.

O editorial prossegue na tentativa de explicar a tática do presidente. "Em uma América dividida, onde o outro lado não é apenas equivocado, mas maligno, o conflito é um ativo político" e "a política de conflito é aproveitada para uma visão de mundo que rejeita décadas de política externa americana".

Essa rejeição se estenderia à luta ideológica do momento, segundo o texto, que já não é mais sobre os direitos humanos universais, mas a defesa da cultura "judaico-cristã" da investida de outras, em particular, o Islamismo.

Enquanto os americanos críticos de Trump temem por seu país, o perigo é limitado pela proteção das instituições e leis dos EUA, afirma o editorial.  O mesmo não pode ser dito do restante do globo. "No mundo em geral, no entanto, os controles sobre Trump são poucos. As consequências podem ser graves."

Segundo a revista, sem o apoio e a participação do país nas relações internacionais, o mecanismo da cooperação global poderia fracassar.

"A Organização Mundial do Comércio não seria digna desse nome. A ONU cairia em desuso. Inúmeros tratados e convenções seriam minados", avalia.

A revista britânica concluiu destacando que o grande desafio do mundo será persuadir o presidente americano de que as alianças são a maior fonte de poder do seu país.

"Embora cada um esteja sozinho, juntos eles formam um sistema que liga a América aos seus aliados e projeta seu poder em todo o mundo".

 

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)The Economist

Mais de Mundo

EUA negocia acordo para que seus navios de guerra não paguem pedágio no canal do Panamá

República Dominicana encerra buscas nos escombros de casa noturna com ao menos 124 mortos

Cúpula da Celac termina sem consenso por não adesão da Argentina de Milei, Paraguai e Nicarágua

Milei enfrenta terceira greve geral na Argentina, à espera de acordo com FMI