Funcionário da Statoil em uma plataforma de gás da companhia no Mar do Norte, Noruega (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2014 às 17h51.
Oslo - A Noruega deu à petroleira Statoil o sinal verde para começar a perfurar o poço de petróleo mais ao norte do globo, no Mar de Barents, ao rejeitar um apelo do grupo ambientalista Greenpeace que pedia a proibição da exploração.
As petroleiras norueguesas exploram cada vez mais o norte à medida que os campos maduros do sul se esgotam e o gelo do Ártico derrete, abrindo novas áreas anteriormente inacessíveis.
Os Estados Unidos estimam que o Ártico pode conter 13 por cento das jazidas inexploradas de petróleo do mundo e 30 por cento das de gás.
Um porta-voz do Ministério do Clima e do Meio Ambiente confirmou nesta sexta-feira um comunicado da Statoil de que rejeitou um pedido do Greenpeace e que a perfuração poderia ir adiante.
O Greenpeace argumentou que os planos de exploração da Statoil representam uma ameaça à Ilha Bear, um santuário despovoado que abriga espécies raras da vida selvagem, como ursos polares, e que um vazamento de petróleo no Ártico seria quase impossível de limpar por causa das condições climáticas severas.
A Statoil rejeitou a afirmação, dizendo haver um risco muito baixo de vazamento de petróleo e um risco extremamente reduzido de que um vazamento chegue à Ilha Bear, a cerca de 170 quilômetros do local de perfuração.
"A Statoil, portanto, tem permissão para conduzir a operação de perfuração como o planejado, incluindo a perfuração de camadas que contêm petróleo”, informou a empresa estatal.
“Nossa maior prioridade é ter operações seguras sem qualquer dano às pessoas ou ao meio ambiente”, disse a vice-presidente sênior de exploração da plataforma continental norueguesa da Statoil, Irene Rummelhoff. O Greenpeace, que classifica a Statoil como "agressor do Ártico", disse que irá continuar a bloquear o local de perfuração com seu navio Esperanza, depois que a polícia da Noruega retirou sete manifestantes da plataforma de petróleo Spitsbergen, da empresa de perfuração Transocean, que chegou na quinta-feira.
“Continuaremos com a nossa ocupação legal do local de perfuração. Não recebemos qualquer pedido das autoridades para sair, portanto consideramos que é legal”, declarou o líder do Greenpeace na Noruega, Truls Gulowsen, à Reuters.
A empresa disse que atrasos no início da perfuração custam à companhia cerca de 1,26 milhão de dólares por dia.
O Ministério de Petróleo e Energia norueguês declarou uma zona de segurança nos arredores do local de perfuração para impedir o bloqueio, mas o Greenpeace disse que seus advogados apelaram da decisão.
Os ativistas retirados da plataforma – da Dinamarca, Finlândia, Noruega, Filipinas e Suécia – foram soltos sem acusação e passam bem, disse Gulowsen.
Neste verão no hemisfério norte, a Statoil planeja perfurar três poços nas áreas de prospecção Apollo, Atlantis e Mercury, na região de De Hoop, a cerca de 300 quilômetros do continente.