Em 22 de julho o ultradireitista Breivik protagonizou um ataque no qual matou 77 pessoas no complexo governamental de Oslo e na ilha de Utoeya (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 08h08.
Copenhague - Os serviços de inteligência noruegueses (PST) consideram que o terrorismo islâmico é a principal ameaça para a Noruega apesar da perpetração do duplo atentado de 22 de julho, no qual o ultradireitista Anders Behring Breivik matou 77 pessoas.
'A ameaça terrorista foi uma preocupação crescente nos últimos três a quatro anos, e em 2012 o maior desafio serão pessoas vinculadas à ideologia extremista islâmica. A situação de ameaça hoje é preocupante', disse a chefe do PST, Janne Kristiansen, na apresentação da análise sobre a segurança do país.
Janne rebateu as acusações de que o PST fecha os olhos para a extrema-direita e os grupos antimuçulmanos.
'Essa ameaça não é da mesma intensidade e dimensão que a dos ambientes muçulmanos', insistiu a chefe do órgão, apesar de a Noruega não ter vivido nenhum atentado de grupos fundamentalistas islâmicos.
A responsável do PST admitiu que os potenciais terroristas islâmicos não são muitos, embora cada vez aumentem mais, e acrescentou que eles enxergam a Noruega como 'inimiga' e querem atacar a sociedade e matar pessoas específicas.
No entanto, tanto ela como a ministra da Defesa, a trabalhista Grete Faremo, presente no ato, ressaltaram que a Noruega continua sendo um país pacífico e seguro.
Em 22 de julho Breivik detonou um carro-bomba no complexo governamental de Oslo, onde morreram oito pessoas, e em seguida se dirigiu à ilha de Utoeya, a 45 quilômetros da capital, onde disparou de forma indiscriminada e matou outras 69 pessoas.
A maioria das vítimas de Utoeya participava do acampamento de jovens do partido trabalhista.
A atuação de Janne foi muito criticada pelos erros de comunicação cometidos por seu departamento e por ela própria em relação ao duplo atentado, o que provocou inclusive pedidos de demissão por parte da oposição.
A chefe do PST deu declarações públicas há um mês, obrigada pela ministra da Defesa, e se desculpou pelos erros, reiterando sua intenção de continuar no cargo.