Coreia do Norte: o líder norte-coreano Kim Jong-Un cumprimenta soldados: norte-coreanos que fogem da repressão percorrem longo caminho até chegar num terceiro país, onde pedem asilo político (AFP/ Kns)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2013 às 08h59.
Seul - O jornal da Coreia do Sul "Chosun" informou nesta terça-feira que cerca de 20 refugiados norte-coreanos chegaram recentemente a Seul vindos do Laos, duas semanas depois que o país do sudeste asiático enviou outros nove para a China para serem repatriados, gerando críticas internacionais.
Os 20 dissidentes da Coreia do Norte partiram nos últimos dias da capital do Laos, Vientiane, com destino a Seul, onde será facilitado o asilo político após os procedimentos de interrogatório para saber se são espiões, informou a publicação, citando uma fonte diplomática sul-coreana.
O Ministerio das Relações Exteriores da Coreia do Sul, por outro lado, se negou a confirmar ou desmentir esta informação, seguindo sua política de silêncio em assuntos relativos a refugiados norte-coreanos.
O fato ocorreu depois que nove jovens dissidentes norte-coreanos, com entre 15 e 23 anos, foram detidos no Laos e entregues, contra a sua vontade, a Pequim, em uma ação sem precedentes das autoridades laosianas que provocou forte polêmica.
A China, que não reconhece o status de refugiados dos norte-coreanos, enviou os dissidentes para Pyongyang onde, segundo organizações humanitárias, podem ter sofrido graves represálias por parte do regime de Kim Jong-un.
Os norte-coreanos que fogem da fome e da repressão política em seu país para se asilarem na Coreia do Sul têm que percorrer um longo caminho que começa na China, geralmente cruzando o rio Yalu, na fronteira com a Coreia do Norte.
Na China, os refugiados têm que viajar milhares de quilômetros sem ser capturados pela polícia até chegarem a um terceiro país - geralmente a Tailândia e o Laos - onde pedem asilo na embaixada sul-coreana, que providencia sua viagem a Seul.
O governo sul-coreano antecipou hoje que reforçará em breve o pessoal de suas delegações exteriores em países receptores de refugiados norte-coreanos e que vai estreitar a cooperação com seus governos para prevenir que situações como esta se repitam no futuro.
O número de refugiados norte-coreanos que conseguem chegar à Coreia do Sul diminuiu de 2.706 em 2011, para 1.520 em 2012 e 596 desde janeiro deste ano até o fim do mês passado.
Segundo especialistas locais, esta queda corresponde a uma repressão cada vez maior dos dissentes pelo regime comunista.