Christopher Sims, professor da Universidade de Princeton, e Thomas Sargent, professor da Universidade de Nova York (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2011 às 11h33.
Estocolmo - O prêmio Nobel de Economia 2011 foi concedido nesta segunda-feira aos americanos Thomas Sargent e Christopher Sims, ambos com 68 anos, pelos seus estudos empíricos que ajudam a compreender como eventos imprevistos ou políticas programadas influenciam os indicadores macroeconômicos, anunciou o Comitê do Nobel.
"Uma das marcas principais da pesquisa em macroeconomia consiste em compreender como choques (eventos inesperados) e mudanças sistemáticas da política afetam as variáveis macroeconômicas a curto e longo prazo", segundo o Comitê do Nobel, que explica que "as pesquisas de Sargent e Sims foram indispensáveis para este trabalho".
O professor Sims, entrevistado por telefone pela Real Academia Sueca de Ciências que concede o prêmio, reconheceu que a complexidade dos métodos utilizados por ele e seu co-laureado não é capaz de dar uma resposta simples para uma saída da crise mundial.
"Se eu tivesse uma resposta simples, eu a espalharia pelo mundo, mas acredito que os métodos que utilizo e que o Tom (Sargent) desenvolveu são essenciais na pesquisa de um meio para que a gente saia deste marasmo", declarou.
Enquanto isso, dada às dificuldades do mercado, ele aconselha: "guardar seu dinheiro líquido por um tempo, para pensar, e não investir na Bolsa".
"Como o PIB e a inflação são afetados por um aumento temporário das taxas de juros ou cortes de imposto? O que acontece se um banco central modifica sua meta de inflação, ou se o governo altera sua meta de equilíbrio orçamentário?", são essas as questões que os laureados buscaram, e ainda buscam, responder.
A economia é constantemente afetada por eventos imprevistos, os chamados "choques" (aumento súbito do preço do petróleo, baixa brutal do consumo, mudança inesperadas para os credores e devedores das taxas de juros), mas igualmente é atingida por variações em longo prazo, como as mudanças de política monetária com o objetivo de instaurar medidas anti-inflação ou uma política orçamentária mais rigorosa.
Graças a Sargent e Sims, é possível "determinar os efeitos das medidas políticas inesperadas, além das mudanças sistemáticas das políticas", afirma o comitê do Nobel.
Sargent utilizou os indicadores macroeconômicos estruturais "para analisar as mudanças permanentes em uma política econômica", enquanto Sims desenvolveu um método baseado na autorregressão (autorregressão vetorial) "para analisar o modo que a economia é afetada pelas mudanças temporárias de política e outros fatores", segundo o comitê.
Apesar de Sargent e Sims realizarem suas pesquisas de forma independente, "seus trabalhos são complementares", ressalta a Academia que afirma que as teorias elaboradas pelos laureados nos anos de 1970 e 1980 "foram adotadas tanto por pesquisadores como por líderes políticos do mundo".
Thomas Sargent nasceu em Pasadena (Califórnia) e é professor na Universidade de Nova York. Christopher Sims nasceu em Washington e ensina na Universidade de Princeton. Eles sucedem no Nobel os especialistas do mercado de trabalho, o britânico-chipriota Christopher Pissarides e os americanos Peter Diamond e Dale Mortensen.
Oficialmente denominado "prêmio do Banco Central da Suécia para ciências econômicas em memória de Alfred Nobel", este prêmio é o único não previsto no testamento do inventor sueco da dinamite.
Concedido desde 1969 e financiado pelo Banco Central da Suécia, ele fecha a temporada de Nobel e funciona como os outros prêmios com um comitê e uma doação de 1,08 milhões de euros.
Os prêmios serão entregues em Estocolmo no dia 10 de dezembro, data de aniversário da morte de seu fundador, o cientista e industrial sueco Alfred Nobel.