Nigel Farage, defendor do Brexit no Reino Unido (Dan Kitwood/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 17 de junho de 2024 às 14h09.
Última atualização em 17 de junho de 2024 às 14h10.
O líder do partido de extrema direita britânico Reform UK, Nigel Farage, afirmou nesta segunda-feira, 17, que está vendo um "impulso" na sua campanha e que as eleições legislativas de 4 de julho serão apenas um "primeiro passo".
Segundo as pesquisas, o Partido Trabalhista é o favorito para estas eleições, mas o Reform UK registrou um forte avanço, aproximando-se – e até ultrapassando, em uma das pesquisas – do Partido Conservador, no poder.
"Acredito realmente que a nossa campanha ganhou algum impulso", especialmente entre os jovens, disse Farage, candidato em um círculo eleitoral no sudeste da Inglaterra, ao apresentar o programa eleitoral do seu partido nesta segunda-feira.
"A nossa ambição é estabelecer uma ponte no Parlamento e nos tornarmos a verdadeira oposição de um governo trabalhista", insistiu, encarando estas eleições como um "primeiro passo importante" rumo às próximas eleições legislativas, em 2029.
Criticando os projetos dos outros dois principais partidos, Farage garantiu que o que o Reform UK defende é um "contrato" com os eleitores.
O partido busca se beneficiar das brechas dentro do Partido Conservador, dividido entre uma ala de direita e uma corrente mais moderada, perturbada pela inclinação ao centro dos trabalhistas sob a liderança de Keir Starmer.
Retomando os seus temas habituais contra a imigração, o sistema e a defesa do Brexit, Farage defendeu uma posição "radical" e "tradicional".
Entre as suas promessas, Farage enumerou cortes de impostos, uma reforma completa do sistema de saúde pública, a contratação de policiais, um aumento no orçamento da defesa, uma maior simplificação das normas para as empresas, o "congelamento" da imigração líquida e a eliminação dos subsídios para energias renováveis.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, convocou eleições gerais antecipadas para 4 de julho de 2024, surpreendendo muitos, já que a expectativa era de que as eleições ocorressem no final do ano ou no início de 2025. Esta decisão foi influenciada por diversas pressões internas dentro do próprio Partido Conservador, incluindo a do vice-primeiro-ministro Oliver Dowden. Segundo a BBC, Sunak também pediu ao rei Charles 3º que dissolvesse o Parlamento em 30 de maio, o que foi concedido para permitir a realização das eleições.
A decisão de Sunak foi motivada por dados econômicos positivos recentes, como a desaceleração da inflação. Os aliados de Sunak acreditam que a situação econômica pode não melhorar nos próximos meses, e antecipar as eleições seria uma forma de capitalizar os resultados atuais antes que possíveis problemas surjam. A BBC destacou que Sunak está orgulhoso do que seu governo fez até agora e acredita que as eleições antecipadas são uma oportunidade para consolidar esses resultados. No entanto, dentro do Partido Conservador, há conflitos sobre a decisão de antecipar o pleito.
Por outro lado, Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, vê as eleições como uma chance para mudar o governo e resolver problemas cruciais, como saneamento, saúde pública e o custo de vida. Segundo a BBC, Starmer criticou Sunak e afirmou que os trabalhistas têm um plano claro para resolver essas questões. Ele destacou que o Partido Trabalhista mudou nos últimos anos e pediu uma oportunidade para demonstrar que pode oferecer um futuro melhor para a Grã-Bretanha, prometendo devolver o país ao serviço dos trabalhadores e transformá-lo.
Ambos os líderes estão utilizando a ideia de estabilidade como ponto central em suas campanhas. Sunak aposta na continuidade de suas políticas, enquanto Starmer promete uma nova estabilidade através de mudanças governamentais. A BBC reporta que o principal argumento dos trabalhistas será a necessidade de mudança, destacando as falhas do governo conservador. Eles prometem reformas significativas em áreas críticas, e a antecipação das eleições por Sunak é vista como uma tentativa de evitar um cenário mais desfavorável no futuro.
(Com informações de AFP)