Mundo

No Quênia, Obama defende direitos dos homossexuais

O país é um dos Estados africanos nos quais a homossexualidade é crime e tem baixa aceitação social

Barack Obama cumprimenta o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta (REUTERS/Thomas Mukoya)

Barack Obama cumprimenta o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta (REUTERS/Thomas Mukoya)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2015 às 13h16.

Nairóbi - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que nenhum país deveria "discriminar os cidadãos por sua orientação sexual", em clara referência a vários Estados africanos nos quais a homossexualidade é crime e tem baixa aceitação social.

Em entrevista coletiva conjunta com o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, Obama destacou que, perante a diferença de crenças religiosas e culturais, "o importante é como o Estado reage perante essa discriminação".

"Se alguém respeita a lei, trabalha, respeita as normas de trânsito e faz tudo o que um bom cidadão deve fazer e não causa dano a ninguém, a ideia de que vai ser maltratado porque é diferente é simplesmente errônea", ponderou.

Obama lembrou que seu país tem uma longa experiência nas consequências de "tratar as pessoas de maneira distinta" de um ponto de vista legal e usou como exemplo a escravidão e a segregação racial, duas questões que marcaram a sociedade americana.

Por sua parte, Kenyatta lembrou ao presidente dos Estados Unidos que, apesar de ambos países compartilharem muitos objetivos e valores, há outros aspectos nos quais não estão de acordo, como os direitos dos homossexuais, que "não são uma prioridade" para seu governo.

O presidente do Quênia considerou que o país tem assuntos muito mais importantes a tratar, como a saúde e as infraestruturas, e que, uma vez que se tenham resolvido, será possível começar a falar de outras questões como a homossexualidade.

No Quênia, as relações homossexuais são um delito punível com 14 anos de prisão e, recentemente, o vice-presidente do país, William Ruto, declarou perante a imprensa que tinha conhecimento que os Estados Unidos haviam "legalizado a homossexualidade e outras coisas sujas".

No último dia 26 de junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.

A viagem de Obama ao Quênia, país onde nasceu seu pai e que já visitou em outras duas ocasiões, em sua adolescência e quando era senador, é a quarta que realiza como presidente à África.

Nesta ocasião, também viajará à Etiópia, aonde chega amanhã, o que lhe transformará no presidente americano que mais visitou este continente durante seu mandato. EFE

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaLGBTPersonalidadesPolíticosQuênia

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA