Chávez criticou analistas que dizem que seu estado de saúde estaria interferindo na política da Venezuela e do continente (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2012 às 10h20.
Brasília - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, será recebido na manhã desta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, para a assinatura de atos bilaterais e participação da cúpula extraordinária do Mercosul, que marcará a entrada do seu país no bloco.
Na noite de ontem, Chávez jantou com Dilma, no Palácio da Alvorada. Em entrevista, no início da madrugada, ele comemorou o ingresso da Venezuela no Mercosul e defendeu contratos bilaterais, como a compra de 20 aviões da Embraer pelo governo venezuelano. "Não sei quantos milhões (para a compra). Sei que será um tremendo impacto para suprir nossas necessidades", disse Chávez, sobre a compra das aeronaves. "Mas quero ressaltar que este é um projeto modesto diante do mapa da relação entre os dois países, que envolve uma aliança estratégica e questões petrolíferas e de energia", ressaltou.
Chávez criticou analistas que dizem que seu estado de saúde estaria interferindo na política da Venezuela e do continente.
Ao falar do ingresso da Venezuela no Mercosul, Chávez disse que a participação do seu país no bloco não trará prejuízos. "Foi a proposta de criação da Alca imperial que poderia ter acabado com o Mercosul", disse Chávez, referindo-se à proposta dos Estados Unidos de criação da Área de Livre Comércio das Américas.
Segundo ele, a Venezuela tem estabilidade política e respeita as instituições democráticas, rebatendo avaliações de que o seu país não tem condições de participar do Mercosul. "A entrada da Venezuela é o nosso projeto de União Sul-americana. Está se abrindo o Mercosul para 30 milhões de habitantes e abre-se a porta, também, para o Caribe", disse. "O Mercosul, com o ingresso da Venezuela, será a quinta potência mundial".
Para Chávez, a participação venezuelana no bloco resolve uma questão matemática. "É um fator que completa uma equação, e você não pode separar a política da economia, assim como questões econômicas e sociais".
Ele não quis comentar o jantar com a presidente. Disse apenas que o encontro foi maravilhoso.