O ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002 (JOSE LUIS DA CONCEIÇAO/AGÊNCIA ESTADO)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2010 às 08h50.
Brasília - O Ministério Público quer 12 anos de cadeia, no mínimo, e 30, no máximo, para Marcos Roberto Bispo dos Santos, primeiro réu do caso que apura a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), que vai a júri popular amanhã, no Fórum de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
A acusação, a cargo do promotor Francisco Cembranelli, vai sustentar aos jurados que o então prefeito de Santo André foi vítima de organização criminosa que se apoderava de recursos da administração e que o dinheiro desviado tinha dois destinos inequívocos: contas pessoais de integrantes do grupo e caixa de campanha do partido.
“É esta a verdade”, assevera o promotor. “Havia um grande esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André. A morte de Celso Daniel foi encomendada.” Daniel foi sequestrado na noite de 18 de janeiro de 2002. Dois dias depois seu corpo, crivado de balas, foi localizado em uma estrada de terra de Itapecerica.
O promotor está convencido de que o petista foi eliminado “por um grupo de bandidos perigosos contratados para ação ousada cujo objetivo era garantir a continuidade de vários crimes contra a administração pública”. Cembranelli vai dizer aos jurados que o prefeito “tinha ciência da corrupção e contrataram sua morte quando ameaçou tomar providências”.
A tese de repasse de dinheiro de corrupção para o PT faz parte do arsenal de argumentos do promotor. “Está documentado. Existem vários processos em Santo André contra essas pessoas que dilapidaram o patrimônio público, desviavam dinheiro para suas contas pessoais.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.