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No G7, Trump sugere enviar 25 milhões de mexicanos para o Japão

Os colegas de Trump assistiram estupefatos a seus ataques verbais em temas como comércio, terrorismo e migração

Presidente dos EUA, Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

Presidente dos EUA, Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de junho de 2018 às 16h58.

Em conversa com o premiê japonês, Shinzo Abe, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que enviaria 25 milhões de mexicanos para o país asiático, em um dos vários momentos de mal-estar causados por ele e que irritaram seus homólogos na recente cúpula do G7 - noticiou o "Wall Street Journal" na edição de sexta-feira (16).

A cúpula das sete democracias mais desenvolvidas do mundo acabou em desastre, depois que o presidente americano rejeitou, abruptamente, a declaração de consenso e atacou o anfitrião, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

Os colegas de Trump assistiram estupefatos a seus ataques verbais em temas como comércio, terrorismo e migração, indicou o WSJ, citando funcionários europeus que participaram da cúpula.

Em um dado momento, ele descreveu a imigração como um grande problema para a Europa e, na sequência, disse a Abe: "Shinzo, você não tem esse problema, mas posso lhe enviar 25 milhões de mexicanos e você estará fora do cargo em breve", o que deixou um ar de incômodo, segundo um desses funcionários.

A fonte contou ainda que a discussão continuou sobre Irã e terrorismo, e Trump apontou para o presidente francês, Emmanuel Macron: "Você deve saber sobre isso, Emmanuel, porque todos os terroristas estão em Paris".

Neste sábado, o gabinete de Macron desmentiu a informação, garantindo que "é tudo falso".

O governo de Trump tomou uma postura cada vez mais dura em relação à imigração irregular na fronteira com o México, e o presidente chegou a comparar alguns imigrantes com "animais".

Ainda no G7, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também foi alvo da metralhadora verbal de Trump, que, repetidas vezes, chamou-o de "assassino brutal", devido às bilionárias multas antimonopólio e fiscais do bloco contra empresas americanas do setor de tecnologia.

O encontro no Canadá foi marcado pelas fortes diferenças sobre o comércio internacional, com os líderes das principais economias unidos contra as ameaças de Trump de impor tarifas às importações de aço e de alumínio.

Na sexta, Trump rejeitou as versões sobre as divergências no G7, acusando a imprensa de divulgar "notícias falsas" para criar uma "imagem falsa" do evento, enquanto mostrava várias fotos, em que ele aparece à vontade com seus colegas na cúpula.

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