May: a ideia desta aliança é que o Reino Unido não se afaste tanto da União Europeia após a saída do bloco (Franco Origlia/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2018 às 06h23.
Última atualização em 18 de abril de 2018 às 08h04.
A lei de saída do Brexit, a saída britânica da União Europeia, começa a ser analisada nesta quarta-feira, e pode se tornar mais uma derrota para o governo da primeira-ministra britânica Theresa May.
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Uma aliança entre o Partido Trabalhista, os Democratas Liberais e até membros do partido Conservador, o mesmo de May, na Câmara dos Lordes deve incluir e alterar emendas na proposta original da primeira-ministra.
A ideia desta aliança é que o Reino Unido não se afaste tanto da União Europeia após a saída do bloco, marcada para março de 2019. As mudanças – que englobam questões aduaneiras, de circulação de pessoas e de produtos – têm o apoio de empresários e de uma maioria no Parlamento (estima-se que a oposição conquiste pelo menos 50 votos a mais do que o necessário para alterar a proposta), mas tem a rejeição de May, que gostaria que o Reino Unido possuísse sua própria política comercial.
Além dos políticos, a lei tem sofrido duras críticas da sociedade civil. No início desta semana, a organização Anistia Internacional (AI) afirmou que o projeto de legislação colocava “em perigo” os direitos fundamentais dos jovens britânicos.
Segundo a AI, o projeto “fracassa” na tentativa de reter a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, o que “debilita as proteções atualmente disponíveis aos cidadãos do país”.
Além das críticas à lei, o governo britânico sofre com a divergência de interesses de outros países do Reino Unido. Ontem, o procurador-geral do Reino Unido, Jeremy Wright, afirmou que levaria para o Supremo Tribunal do país a decisão da Escócia e do país de Gales de assumirem competências em áreas da agricultura, pesca, meio ambiente, política alimentícia e contratação pública. Para Wright, a as normas aprovadas pelos países criam uma séria “incerteza legal paras os indivíduos e as empresas”.
Além da Câmara dos Lordes, a lei também será analisada na Câmara dos Comuns, no mês que vem, e pode colocar ainda mais pressão sobre a primeira-ministra britânica. May começou a semana tendo que explicar porque acompanhou Donald Trump no bombardeio à Síria no sábado. Agora, tem que encarar as bombas internas do conturbado desembarque britânico.