Equipe inspeciona tanques: pontos críticos de radiação se disseminaram por três áreas onde ficam centenas de tanques construídos às pressas para armazenar a água (Tepco/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2013 às 08h51.
Tóquio - Leituras de radiação em torno dos tanques de armazenamento de água contaminada na usina nuclear de Fukushima subiram mais de 20 por cento e atingiram os níveis mais elevados, informou a agência nuclear do Japão, aumentando as preocupações sobre o esforço de limpeza após o pior desastre atômico do mundo em quase três décadas.
Pontos críticos de radiação se disseminaram por três áreas onde ficam centenas de tanques construídos às pressas para armazenar a água, que ficou contaminada após ser utilizada para resfriar três reatores danificados da usina de Fukushima Daiichi em consequência de um terremoto seguido de tsunami em março de 2011.
O aumento dos níveis de radiação e dos vazamentos na usina tem elevado o alerta internacional sobre Fukushima, e o governo japonês anunciou na terça-feira que vai empregar quase 500 milhões de dólares para combater a grande quantidade de água contaminada na usina.
Leituras na superfície do solo ao redor de um grupo de tanques na usina mostraram níveis de radiação tão altos quanto 2.200 milisieverts (mSv), disse a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (ARN), nesta quarta-feira.
O nível é suficiente para matar uma pessoa sem proteção em questão de horas. A ARN disse ter descoberto recentemente que os pontos críticos são bastante concentrados e podem ser isolados facilmente.
Os tanques ficam em uma colina acima do oceano Pacífico na usina de Fukushima, devastada por um terremoto de grande magnitude seguido por um tsunami em março de 2011, na pior crise nuclear do mundo desde Chernobyl há 25 anos.
A empresa operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co, conhecida como Tepco, disse no mês passado que a água de um dos tanques estava vazando. Outro pequeno vazamento foi encontrado depois, e o crescente número de áreas com concentração de radiação aumenta a preocupação sobre futuros vazamentos.
A ARN aumentou no mês passado a severidade do vazamento inicial do nível 1 (anomalia) para nível 3 (incidente sério), em uma escala internacional que vai de 1 a 7 para vazamentos de radiação.