Nicolás Maduro: o presidente denunciou a agressão sofrida nesta quarta-feira pela chanceler venezuelana (AFP / Francisco Batista)
AFP
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 11h57.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira, em Havana, que "ninguém" vai tirar seu país do Mercosul, ao denunciar um "plano retrógrado" da "tríplice aliança de governos da extrema direita", em referência a Brasil, Argentina e Paraguai.
"Nada ou ninguém vai nos tirar do Mercosul porque o Mercosul pertence aos povos", declarou Maduro ao lado do presidente cubano, Raúl Castro, em um ato que comemorou o 12º aniversário da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA).
Maduro afirmou que a "presidência temporária" de seu país "foi ignorada pela tríplice aliança de governos de extrema direita, que adota a mesma visão de ódio e intolerância promovida pelo plano Condor nas ditaduras" latino-americanas nos anos 70 e 80.
"A extrema direita intolerante, ao invés de buscar o fortalecimento do Mercosul (...), adotou um plano retrógrado de destruição e divisão".
Maduro denunciou a agressão sofrida nesta quarta-feira pela chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, quando tratava de entrar na chancelaria argentina para participar de uma reunião do Mercosul para a qual não fora convidada.
"Hoje nossa chanceler, Delcy Rodríguez Gómez, foi agredida pela polícia do governo da Argentina", assinalou Maduro, qualificando o incidente de ato de "covardia".
"Sabemos que isto é temporário, mas estas oligarquias precisam saber (...) que nada ou ninguém vai deter a Venezuela", e que "seguiremos lutando no Mercosul".
A Argentina assumiu nesta quarta-feira a presidência rotativa do Mercosul, em detrimento da Venezuela, em uma reunião extraordinária de chanceleres do bloco em Buenos Aires a qual Delcy Rodríguez não foi convidada mas forçou sua presença.
Apesar da decisão dos fundadores do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - a chanceler venezuelana reafirmou que Caracas se mantém na presidência do Bloco.
A suspensão imposta a Caracas foi aplicada por não haver incorporado à sua legislação uma série de medidas comerciais e políticas, incluindo o respeito aos direitos humanos.