Membros do Boko Haram: neste sábado, o governo do Níger também confirmou que 109 combatentes do grupo foram mortos (AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2015 às 09h10.
Dacar - A Comissão Eleitoral da Nigéria decidiu postergar as eleições gerais do país por seis semanas, para dar tempo à força-tarefa internacional para garantir a segurança de áreas no nordeste do país sob ataque do Boko Haram.
A informação foi confirmada à Associated Press por uma fonte da entidade, que preferiu manter o anonimato. O anúncio oficial deve ocorrer ainda neste sábado.
Os nigerianos iriam às urnas no dia 14 de fevereiro para eleger um novo presidente e novos congressistas, mas a comissão julgou necessária atrasar a votação para garantir o direito dos eleitores.
Milhões de pessoas poderiam ser destituídos de seus votos caso os extremistas islâmicos mantenham territórios no nordeste do país.
Uma grande ofensiva de aviões de guerra e tropas do Chade e da Nigéria já forçou os insurgentes a se retirarem de uma dezena de cidades e vilarejos nos últimos dez dias, mas ataques militares ainda maiores podem ser realizados.
Neste sábado, o governo do Níger também confirmou que 109 combatentes do Boko Haram foram mortos nas cidades de Bosso e Diffa. No combate, dois soldados desapareceram e um civil foi morto.
O país, assim como a Nigéria, também recebe apoio do Chade nos combates.
Autoridades da União Africana e representantes de países que apoiam as iniciativas encerraram uma reunião de três dias em Yaounde, a capital do Camarões, neste sábado.
Os líderes discutem os detalhes de uma força militar de 7,5 mil soldados da Nigéria, do Chade, Camarões, Benin e Níger para combater o Boko Haram.
Detalhes sobre o financiamento das tropas podem atrasar a missão, já que os africanos querem que a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia paguem a incursão.
Membros do gabinete do presidente Goodluck Jonathan apoiam a postergação das eleições do dia 14 de fevereiro.
Qualquer atraso, contudo, deve enfrentar a oposição do ex-ditador Muhammadu Buhari, embora eles devem receber a maior parte dos votos no nordeste da Nigéria. Ambos os lados ameaçam com atos de violência caso seus candidatos não saiam vitoriosos do pleito. Fonte: Associated Press.